Partidos de oposição devem se reunir nesta terça-feira, 24, para discutir a estratégia de obstrução às sessões da Câmara dos Deputados e a possibilidade de haver uma ação conjunta no Supremo Tribunal Federal (STF) ou na Procuradoria-Geral da República (PGR) para afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Casa.
Para PPS, PSOL e Rede, Cunha tem bloqueado o andamento dos trabalhos no Conselho de Ética e o objetivo é organizar um “levante” para impedi-lo de continuar presidindo a Casa. O vice-líder da bancada do PSOL na Câmara, o deputado Ivan Valente (SP), disse que Cunha já não tem mais legitimidade para deliberar sobre os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os partidos contam com a adesão do PSDB e do DEM, que ainda ponderam se o movimento teria número suficiente de parlamentares para impedir a realização de votações no plenário. “DEM e PSDB não têm mais como recuar. Ficou a dúvida do PT porque grande parte (dos petistas) foi na sessão do Conselho”, afirmou. Para Valente, a maior parte da bancada do PT vai apoiar o afastamento de Cunha e pode aderir à mobilização contra o peemedebista.
O PSOL já avisou que não participará mais das reuniões de colégio de líderes, onde é discutida a pauta da semana. Alguns líderes, como o deputado Mendonça Filho (DEM-PE), já estão evitando os encontros há algumas semanas. Independentemente da conversa dos oposicionistas amanhã, a deputada Eliziane Gama (Rede-MA) já informou que vai ao encontro do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na tarde desta terça-feira. O objetivo será entregar uma representação pedindo o afastamento de Cunha do comando da Câmara.