Estadão

Oposição critica Boulos após ele apagar post sobre aumento de renda na gestão Bolsonaro

Parlamentares da oposição fizeram nesta sexta-feira, 19, diversas críticas ao deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL), que apagou uma publicação nas redes sociais que citava o crescimento da renda da população mais pobre nos cinco últimos anos, de 2017 a 2022, período que compreende os governos dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

O conteúdo da publicação tratava de um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que foi divulgado nesta quarta-feira, 17. A nota técnica afirma que houve aumento na concentração de renda dos mais ricos do Brasil, que representam 0,01% da população. Essa parcela da sociedade teve um aumento de quase três vezes maior do que 95% do restante dos brasileiros.

Em resposta à publicação, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) perguntou ao ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) a razão de ter apagado o post.
"Apagou por qual motivo, Boulos? Porque sem perceber admitiu que a renda do mais pobre subiu 33% durante os 4 anos do governo do presidente Bolsonaro?", escreveu ela.

O vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União) publicou uma imagem do post de Boulos e escreveu que o psolista não tinha entendido o teor do estudo apresentado pela FGV.

"Boulos acusa Bolsonaro de ter enriquecido o povo brasileiro! Até socialista que não entende nada de economia viu que isso era um elogio. Daí ele apagou o tweet como se nada tivesse acontecido", disse o parlamentar que colaborou na fundação do Movimento Brasil Livre (MBL), mas deixou o grupo em outubro do ano passado.

Já o deputado estadual de São Paulo Gil Diniz (PL) afirmou que o psolista admitiu "sem perceber" que a renda de 95% da população foi elevada na gestão de Bolsonaro.

"E o Guilherme Boulos que apagou o tweet porque, sem perceber, admitiu que a renda de 95% da população SUBIU 33% durante os 4 anos do governo do Presidente Bolsonaro", escreveu.

De acordo com o estudo feito pelo Observatório de Política Fiscal da FGV, há um aumento da concentração de renda no País.

"Destaca-se no período recente o crescimento da renda dos muito ricos a um ritmo duas a três vezes maior do que a média registrada por 95% dos brasileiros", diz a nota técnica.

"Enquanto a maioria da população adulta teve um crescimento nominal médio de 33% em sua renda no período de cinco anos, marcado pela pandemia, a variação registrada pelos mais ricos foi de 51%, 67% e 87% nos estratos mais seletos", explica o levantamento do pesquisador Sergio Gobetti.

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