Minutos depois de um homem apontar uma arma contra Cristina Kirchner em Buenos Aires, na Argentina, diversos políticos opositores se manifestaram em repúdio ao incidente. Entre eles, o ex-presidente Mauricio Macri, principal opositor atual da vice-presidente argentina e que saiu derrotado nas urnas em 2019. "Este fato gravíssimo requer um esclarecimento imediato e profundo por parte do sistema de justiça e das forças de segurança", escreveu Macri no Twitter.
Mauro Negri, da União Cívica Radical (UCR), também se pronunciou em repúdio ao incidente, ocorrido no momento em que Cristina estava ao lado de militantes apoiadores na frente da sua residência. O suspeito foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos. "Democracia é vida e paz. Não é compatível com nenhum tipo de violência", disse Negri.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um pronunciamento em rede nacional para repudiar o ataque contra a vice-presidente e declarou feriado nesta sexta-feira, 2. "Este atentado merece o mais enérgico repúdio de toda a sociedade argentina. De todos os setores políticos, de todos os homens e todas as mulheres da república", declarou.
"A convivência democrática foi quebrada pelo recurso de ódio que tem partido de diferentes espaços políticos, judiciais e midiáticos da sociedade argentina. Podemos discordar, podemos ter profundas discordâncias, mas uma sociedade democrática os recursos de ódio não podem ter lugar porque geram violência", continuou.
Outros políticos que se posicionaram em solidariedade à vice-presidente foram o atual primeiro ministro da economia, Sérgio Massa, e a presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Cecilia Moreau.
O primeiro, apesar de fazer parte do governo de Cristina, é um histórico crítico do kirchnerismo. No Twitter, Massa disse que o incidente é uma consequência do "ódio e da violência" sobre o debate de ideias. "Quando o ódio e a violência prevalecem sobre o debate de ideias, destroem as sociedades e geram situações como a de hoje: uma tentativa de assassinato."
Já Cecilia, mais próxima da vice-presidente, declarou minutos depois do atentado que Cristina estava bem e pediu investigação máxima do atentado. "Espero que toda a liderança, a mídia e a sociedade como um todo repudiem o ataque e se comprometam com a busca da paz social acima de qualquer diferença", escreveu.
<b>Repercussão internacional</b>
No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou o atentado contra Cristina de ameaça à democracia na América do Sul. "Toda a minha solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa", escreveu Lula, no Twitter. "Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas", complementou o petista.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, disse no Twitter que "repudia enfaticamente o atentado contra a vida da irmã Cristina Kirchner". Ele declarou que o país apoia a ex-presidente, sua família, o governo e o povo argentino. Já o antecessor de Arce, Evo Morales, relacionou o atentado ao imperialismo e à direita. "A direita criminosa a serviço do imperialismo não passará. O povo livre e digno da Argentina derrotará", disse no Twitter.
Presidentes de outros países da América Latina também se pronunciaram. O presidente do Chile, Gabriel Boric, prestou solidariedade na rede social e disse que a tentativa de homicídio "merece o repúdio e condenação de todo o continente". O presidente do Peru, Pedro Castillo, também prestou solidariedade à vice-presidente e ao povo argentino. Ele disse que o governo peruano "repudia todo o ato de violência".
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, comentou sobre o caso, afirmando crer na democracia e rechaçar o ódio. Nicolas Maduro, da Venezuela, disse que o atentado "busca desestabilizar a paz do povo irmão argentino". O chefe do Executivo de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse, no Twitter, estar "consternado" com a tentativa de homicídio contra Cristina.