A organização Human Rights Watch, com sede em Washington, exigiu a libertação do prefeito de Caracas, o oposicionista Antonio Ledezma, que foi preso por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência na quinta-feira, acusado de conspirar contra o governo.
“Sem evidência de ter cometido um delito, o prefeito nunca deveria ter sido preso e deve ser imediatamente libertado. Do contrário, estaremos diante de um novo caso de detenção arbitrária contra opositores em um país aonde não há independência judicial”, declarou em comunicado José Miguel Vivanco, diretor do Human Rights Watch para as Américas. “O governo da Venezuela é responsável pela vida e integridade física de Antonio Ledezma, que foi preso sem ordem judicial e agredido por funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência”.
Outras organizações internacionais de defesa dos direitos humanos também exigem sua soltura.
O Partido Conservador da Colômbia exigiu que o presidente do país, Juan Manuel Santos, convoque o conselho permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) por causa da prisão do prefeito do país vizinho. Entretanto, a maioria dos países latino-americanos não se manifestaram sobre o ocorrido.
O secretário geral da União das Nações sul-americanas (Unasul), o ex-presidente colombiano Ernesto Samper, disse em entrevista que o papel da organização não é intervir ou emitir qualificações sobre a Venezuela e sim “trabalhar para que as instituições de direito no país sigam funcionando e que acontecimentos como o de ontem não devem afetar as instituições”.
A dirigente do Partido Conservador colombiano e ex-ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, disse em comunicado que Santos deve convocar a OEA para que “cessem os abusos e as violações de direitos humanos contra a oposição da Venezuela”.
Líderes de oposição na Venezuela estão convocando um protesto contra a prisão de Antonio Ledezma. Espera-se que o prefeito seja julgado nesta sexta-feira.
A Suprema Corte venezuelana disse na quinta-feira em um comunicado que o prefeito foi preso por ordem de um tribunal local e que será julgado por estar possivelmente envolvido em “ações conspiratórias para organizar e executar atos violentos contra o governo”. Fonte: Associated Press.