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Orquestra Jovem Municipal comemora 10 anos com 9� Sinfonia de Beethoven

Neste domingo, dia 8, não será apenas a cidade que estará fazendo aniversário. A Orquestra Jovem Municipal de Guarulhos (OJMG),

corpo estável do Conservatório Municipal, completa 10 anos de existência. Para comemorar a primeira década de trabalho, o grupo programou duas apresentações especiais com entrada gratuita.

 

O Teatro Adamastor Centro recebe o concerto comemorativo neste domingo a partir das 20 horas. A outra apresentação acontece no Bosque Maia, dia 12, também às 20 horas. A OJMG apresentará pela primeira vez a 9ª Sinfonia de Beethoven, com a participação dos corais da Cesp (Cia Energética de São Paulo), Faam (Faculdade de Artes Alcântara Machado) e Vivace Jundiaí.

Para o secretário de Cultura Edmilson Souza, nesses 10 anos, o grupo se tornou a principal referência de orquestra jovem, não só em Guarulhos, mas também na capital, pois já se apresentou em lugares renomados, como a Sala São Paulo. Já o regente do conjunto, Emiliano Patarra, destaca as oito óperas realizadas pela orquestra em palcos guarulhenses.

Patarra explica que para comemorar os 10 anos da orquestra foi escolhida uma das obras primas da arte da humanidade. "A 9ª Sinfonia de Beethoven é o equivalente ao Hamlet, de Shakespeare, ou a Monalisa, de Leonardo Da Vinci. É uma das obras musicais mais importantes de todos os tempos", disse.

O maestro ressalta que é também uma referencia e um desafio técnico muito importante para os músicos. "Nunca fizemos essa obra antes e achamos que um evento deste porte merecia algo tão desafiante como essa sinfonia", disse, concluindo que a apresentação tem uma participação do coral no final.

"Beethoven, quando estava escrevendo, sentiu que ele tinha necessidade de um texto sendo dito. Nunca antes tinha sido colocada voz em uma sinfonia. Beethoven queria passar um recado, na verdade ele tinha um poema do filósofo alemão Friedrich Schiller, que falava sobre a alegria e queria usá-lo, então colocou voz neste texto"explica Patarra.

 

Jovens talentos

Ele fez parte da primeira formação da Orquestra Jovem, em 2003, mas teve que deixar o grupo. Tiago de Andrade tem 27 anos e há dois voltou a tocar violoncelo em Guarulhos. "Ainda muito novo me arrisquei no primeiro teste para a orquestra e entrei. Participei do concerto inaugural, mas como eu morava em Interlagos, a distância era um problema e resolvi sair", explica o músico.

Andrade fala da importância de participar de uma orquestra. "Estudar música em casa, sozinho, é bom até certo ponto, tem que mostrar para os outros. O trabalho coletivo é muito interessante. Desde os 14 anos vivo nesse meio e ele me levou para várias cidades, estados, países, isso é minha vida", disse

Para Edson Damaceno Junior, de 19 anos, a arte sempre vai ter uma influência positiva. "Acredito que ela constrói um pouco da nossa personalidade, nos tornando um pouco melhores. A música me ajudou a ter objetivos, a me focar e saber o que realmente quero. Ela me prepara melhor para tudo na vida, e aprender a trabalhar em grupo é muito importante", explica.

Junior ressalta que participar de uma orquestra é essencial para qualquer jovem que queira seguir carreira musical. "Aqui é um lugar em que a gente ainda pode errar, tirar dúvidas, aprender, para, no futuro, fazer parte de um grupo profissional", disse.

 

O mestre

Formada por 75 músicos, a Orquestra Jovem de Guarulhos tem como regente um experiente maestro. Emiliano Patarra tem 41 anos e foi responsável pela criação do principal grupo musical do Conservatório Municipal, em 2003. Para ele, ter um conjunto como este é sinal de maturidade social e cultural. "Isso significa que a cidade está conseguindo investir no lazer dos seus habitantes, oferecendo para o publico uma atividade diferenciada", explica.

Patarra ressalta que, para um músico que está entrando na carreira de um instrumento sinfônico, a participação em uma orquestra é fundamental. "Não existe a possibilidade de entrar na vida profissional sem passar por um grupo desse tipo. Temos um trabalho sério, consistente, estável, muito voltado para o pedagógico. Não são todas as orquestras jovens que têm um trabalho voltado para a formação" conclui.

 

Processo seletivo

Os requisitos para fazer parte da Orquestra Jovem Municipal são ter idade mínima de 14 anos e máxima de 25. Moradores da cidade são preferência no processo seletivo, mas quando não há músicos de determinados instrumentos, são selecionadas pessoas de outras cidades.

Ter um bom domínio do instrumento é imprescindível. A orquestra é profissionalizante e o jovem tem que estar opto a fazer a fase final de formação para entrar na vida profissional.

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