Vamos torcer para desta vez a Globo – emissora que detém os direitos de transmissão – respeitar os espectadores e não fazer o costumeiro vexame de deixar rolando BBB – ano passado foi carnaval – enquanto a festa acontece em Hollywood. A premiação promete, pois diferente do ano passado, os indicados deste ano superam expectativas e dão um nó na cabeça dos jurados, pois há tempos não havia uma competição tão acirrada em termos de qualidade.
Nas categorias mais cobiçadas a briga será feia, já que entre as dez indicações de melhor filme temos pesos pesados como o excelente drama psicológico Cisne Negro, do diretor Aronofsky; o caprichado Discurso do Rei; o biográfico e claustrofóbico 127 horas, do diretor premiado Danny Boyle e do ator James Franco, quase que num monólogo o filme inteiro numa brilhante e corajosa atuação e, claro, a vedete do momento, o filme que conta a história do FaceBook, A Rede Social.
Eu fico dividido entre Cisne Negro e Discurso do Rei, e aposto que o segundo tenha mais chances de ser o azarão que tire o favorito das apostas, A Rede Social, do páreo, além de levar também o prêmio nas categorias merecidas de melhor ator para Colin Firth, melhor fotografia, melhor roteiro original e melhor direção de arte, diga-se de passagem, impecável, que poderá lhe transformar no grande vencedor da noite.
Cisne Negro leva com todas as chances o Oscar de melhor atriz para Natalie Portman, sem dúvida em seu melhor trabalho, consolidando sua belíssima trajetória e indiscutível carreira de sucesso.
As categorias de coadjuvantes também estão concorridas, mas este ano o filme O Vencedor, baseado em fatos verídicos e que tem como tema o boxe – até então esquecido das premiações do Oscar – leva as duas estatuetas. Ator coadjuvante vai para o camaleônico Christian Bale, como o irmão problemático do protagonista do filme e sua mãe, interpretada por Melissa Leo, tem grandes chances de levar o de melhor atriz coadjuvante.
O prêmio de direção, se não seguir a marmelada custeada por James Cameron, como na absurda premiação do ano passado, deve ir para as mãos de David Fincher, pelo filme A Rede Social, o favorito até agora pela banca de apostas e que, dificilmente, sairá da noite sem alguma estatueta – a de roteiro adaptado leva merecidamente -, afinal estamos falando aqui de um filme feito a peso de ouro sobre o jovem mais rico do mundo, sua idéia genial e sua empresa, a mais próspera do planeta, e como tudo é regido ao tintilar de moedas, não se assustem se levar muito mais que uma estatueta para casa.
Na categoria de melhor animação, o prêmio fica indiscutivelmente para Toy Story 3, enriquecendo ainda mais a estante robusta de prêmios da Pixar, que aliás teve o animação também indicada como melhor filme e ainda leva na noite o Oscar de curta em animação pelo filme Day & Night , que fora exibido nas salas de cinema aqui do Brasil antes de Toy Story 3.
Como nosso país não acerta em suas indicações ao Oscar, a cinebiografia de Lula fica fora da disputa, o que não era de se estranhar porque o filme é péssimo. Quem fatura esta estatueta, apesar de gostar muito do cinema do mexicano Iñarritu e seu Biutiful com o excelente Javier Barden, é a dinamarquesa Susanne Bier ,com seu emocionante filme In a Better World, premiado pelo Globo de Ouro este ano.
MAURÍCIO NUNES é cinéfilo, colaborador do HOJE, músico, cantor e apresentou durante dois anos o programa Cinelândia, em emissoras de TV de Guarulhos.
Maurício Nunes www.programacinelandia.
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