A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo fará uma turnê pela China em fevereiro. É a primeira vez que o grupo vai à Ásia. “É onde está o novo mercado da música erudita”, diz o diretor executivo da Fundação Osesp, Marcelo Lopes. A orquestra visitará cinco cidades para oito apresentações. A primeira acontece no dia 14, em Xangai. No dia 7, a Osesp faz um concerto pré-turnê na Sala São Paulo.
“A turnê é parte de um movimento estratégico maior que se iniciou em 2012 com a vinda da diretora musical Marin Alsop. Uma parte crucial de nosso projeto era ampliar a internacionalização da Osesp, consolidando a sua presença na Europa continental e ampliando os horizontes para o Reino Unido e agora para a Ásia iniciando pela China continental e Hong Kong”, diz Lopes.
Alsop vai reger os concertos da turnê, e em alguns deles o solista será o violinista chinês Ning Feng, que se apresentou com a orquestra na Sala São Paulo este ano. Em 2019, Alsop fará sua última temporada como regente titular e diretora musical da Osesp. Segundo Lopes, a orquestra pretende encerrar o ano com uma pequena turnê pelas principais capitais brasileiras, “fechando o mandato de Alsop de forma significativa”. O projeto depende, no entanto, de verbas específicas.
As negociações para a turnê pela China começaram em 2016, quando a Osesp esteve pela última vez na Europa. Além de Xangai e Hong Kong, o grupo vai passar por Anshan, Jinan, Pequim. Em Hong Kong, o grupo fará um ensaio aberto; a cidade verá também uma apresentação do Quarteto da Osesp, liderado pelo spalla Emanuele Baldini. A Osesp não revelou o custo da turnê, mas informou que ela será financiada por cachês e patrocínios de empresas brasileiras com negócios na China. “A viagem é totalmente coberta por recursos adicionais ao nosso orçamento.”
Serão dois programas distintos. No primeiro, estão obras de Paganini, Prokofiev, Camargo Guarnieri e Strauss; no segundo, Bernstein, Villa-Lobos, Ginastera e Rimsky-Korsakov. “Prokofiev, Rimsky-Korsakov e Strauss representam grandes desafios do ponto de vista técnico e que são pontos de comparação e avaliação do nível artístico da orquestra. Pensamos também em levar obras paradigmáticas do repertório brasileiro, nossa grande marca no mercado fonográfico, como introdução dos nossos compositores a essa nova plateia”, afirma Lopes.
“Na China, há uma ebulição tanto no lado da oferta – grandes músicos chineses fazendo carreira internacional, como do lado da demanda. Muitas das mais conceituadas orquestras europeias têm hoje na Ásia um mercado constante e profícuo. O fato de a Osesp abrir o tradicional Festival de Artes de Hong Kong, por exemplo, já mostra o grau de percepção que a orquestra atingiu nesse estágio. E entendemos que as apresentações em vários países demonstram o grau de desenvolvimento e a complexidade das sociedades paulista e brasileira. Orquestras são grupos que podem ter exposição internacional, mas são fenômenos locais, representam suas comunidades e sua capacidade de entendimento mais profundo das questões culturais e humanas”, diz o diretor.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.