O presidente russo, Vladimir Putin, disse querer que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reduza sua presença nos países do Leste Europeu que fizeram parte da extinta União Soviética. No entanto, para o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, as ações de Moscou estão alcançando o resultado oposto.
Em uma entrevista a repórteres, Stoltenberg afirmou que, se o Kremlin atacar a Ucrânia, a Otan expandirá ainda mais a presença na região. "Se sua intenção era aproximar menos a Otan de sua fronteira, ele Putin conseguiu exatamente o oposto", disse. "Toda vez que ele é agressivo, ele consegue o oposto."
A organização está avaliando a melhor maneira de complementar as forças nos países membros caso os russos sigam em frente com a invasão. "É claro que, se a Rússia mais uma vez usar a força, vamos agir novamente", disse Stoltenberg. "Exatamente como – com que tipo de recursos e onde -, bem, isso é algo que temos que decidir à luz do que realmente acontece."
Para diplomatas ocidentais, a divergência entre as exigências de Putin de que a Otan recue e as ações da Rússia, levando a aliança a reforçar suas linhas de frente, aprofundou as dúvidas sobre a sinceridade de Moscou nas negociações recentes.
A Rússia exigiu que a Otan se comprometesse a nunca incluir a Ucrânia ou outros novos membros, e a retirar forças do leste europeu.
Autoridades integrantes da aliança dizem acreditar que a Rússia sabe que suas demandas são inviáveis e está apenas procurando um pretexto para atacar a Ucrânia.