Horas após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciar ofensiva militar na Ucrânia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) condenou, "nos mais fortes termos possíveis", o "horripilante" ataque, que considera "inteiramente injustificado e não provocado". Em comunicado divulgado na manhã desta quinta-feira, a aliança também denunciou Belarus por apoiar as ações russas.
Segundo a nota, a operação representa "grave violação" da lei internacional e constitui um ato de agressão contra um país independente e pacífico. A Organização reitera apoio às instituições e aos líderes eleitos ucranianos, incluindo o Parlamento e o presidente.
"Sempre manteremos nosso total apoio à integridade territorial e à soberania da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas, incluindo suas águas territoriais", afirma.
A Otan exorta Moscou a cessar as atividades militares e a retirar suas tropas da região. Também critica o reconhecimento da independência de regiões separatistas no leste ucraniano e afirma que seus aliados nunca aceitarão essa medida "ilegal". "Isso viola ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e viola os acordos de Minsk, dos quais a Rússia é signatária", ressalta.
A aliança diz ainda que os líderes russos terão que suportar integral responsabilidade pelas consequências do seus atos, com um "pesado" preço político e econômico. "A Otan continuará a coordenar estreitamente com as partes interessadas relevantes e outras organizações internacionais, incluindo a UE União Europeia", pontua.
A Organização acrescenta que, desde o início da crise, buscou soluções diplomáticas, mas que os esforços não foram recíprocos e que os russos escolheram a escalada do conflito. "As ações da Rússia representam uma séria ameaça à segurança euro-atlântica e terão consequências geoestratégicas", destaca.
A Otan conclui afirmando que tomará todas as medidas necessárias para garantir segurança e defesa de seus aliados e que mobilizou forças defensivas adicionais no leste da aliança.
"Decidimos, de acordo com nosso planejamento defensivo para proteger todos os aliados, tomar medidas adicionais para fortalecer ainda mais a deterrência e a defesa em toda a Aliança", pontua, acrescentando que as medidas são "preventiva, proporcional" e não visam à escalada.