A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) convidou formalmente Montenegro para iniciar conversas para se unir ao grupo, na primeira expansão da aliança desde 2009. A votação sobre o tema, na manhã desta quarta-feira, não deve ser bem recebida pela Rússia, uma dura crítica da expansão da Otan. Moscou considera a aliança uma ameaça para a estabilidade e a segurança europeias.
A decisão deixa outros aspirantes, principalmente a Geórgia, vizinha da Rússia, desapontados. Ainda que a Geórgia tenha sido muito mais ativa em missões da Otan que Montenegro, muitos na aliança acreditam que, com a Rússia ocupando uma área do país, a admissão da Geórgia é impossível.
Um pequeno país dos Bálcãs, Montenegro era uma opção mais simples, uma maneira de afirmar a política de “portas abertas” da Otan sem criar novas obrigações de segurança. Vizinha a Montenegro, a Croácia foi admitida no grupo em 2009. “A política de portas abertas da Otan disseminou segurança, estabilidade e os valores democráticos que a aliança defende”, disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan. “Nós somos mais fortes, mais eficazes como uma aliança porque nossa porta tem permanecido aberta.”
O governo de Montenegro tinha na entrada na Otan uma de suas principais pautas. Segundo os membros da aliança, o país adotou passos difíceis para reformar seus serviços de segurança. Stoltenberg disse que o progresso de Montenegro para melhorar o Estado de Direito será importante durante as conversas para a entrada do país, para que possa ser formalmente ratificado.
O ministro das Relações Exteriores e da Integração Europeia de Montenegro, Igor Luksic, disse que seu país estava contente com o convite, um passo importante para se aproximar mais do restante da Europa. “Ao abrir suas portas para Montenegro, tanto literal quanto simbolicamente, vocês mostraram por que esta aliança é tão vital e forte”, afirmou Luksic. Ele disse que seu país está comprometido a lutar contra o crime organizado e a corrupção, bem como com a modernização dos militares. Também afirmou que o governo trabalhará para melhorar o apoio da população à adesão à Otan.
O governo da Rússia disse que adotaria “medidas retaliatórias” não especificadas pelo fato de Montenegro se unir à Otan. Um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Moscou sempre apontou que a contínua expansão da Otan para o leste pode apenas levar a medidas retaliatórias a partir do leste, do lado russo, “em função de garantir a segurança e manter a paridade dos interesses”, segundo agências estatais. Peskov afirmou, porém, que era muito cedo para falar em medidas específicas. Fonte: Dow Jones Newswires.