O contrato de ouro mais líquido fechou com ganhos nesta sexta-feira, 19, apesar do apetite por risco em alta em parte do pregão nos mercados acionários, com a retomada de conversas entre China e Estados Unidos e a notícia de que os chineses vão voltar a comprar mais commodities agrícolas dos fazendeiros americanos, recuperando o que estava acordado na "fase 1" do pacto comercial entre as nações. As dúvidas sobre a recuperação da economia no pós-covid, além de ameaças de uma segunda onda de infecções – com casos aumentando nos EUA e na China – continuaram a beneficiar o metal precioso.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange, o ouro para agosto encerrou em alta de 1,26%, a US$ 1.753,00 a onça-troy. Já na comparação semanal, houve avanço de 0,90%.
Apesar do fechamento em alta nesta sexta, a demanda por ouro é bastante moderada no momento, aponta Carsten Fritsch, economista do Commerzbank, "se a procura por ETFs for deixada de fora da equação", complementa.
Para Fritsch, o comportamento do ouro esta semana foi caracterizado por uma "negociação de lado sem sentido". "Atualmente, existe uma falta de convicção para permitir uma ruptura maior, enquanto a compra com preços mais baixos está impedindo uma queda maior" do metal, afirma analista do banco alemão.
Já os economistas da Goldman Sachs escreveram hoje que "a demanda por investimentos em ouro tende a crescer no estágio inicial da recuperação econômica, impulsionada por preocupações contínuas de degradação e taxas de juros mais baixas".
"Simultaneamente, vemos um retorno material da demanda do consumidor de mercados emergentes, impulsionado pelo alívio de bloqueios e por um dólar mais fraco", avalia o banco.