Estadão

Ouro fecha em baixa, com avanço do dólar e aperto monetário nos EUA no radar

O ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 23, após ter se sustentado nas últimas sessões mesmo com o terceiro aumento de juro seguido de 75 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos EUA. Hoje, porém, em um quadro de forte valorização do dólar em relação a moedas rivais, commodities cotadas na divisa americana como metais básicos e o petróleo mostraram forte recuo.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 1,52%, a US$ 1.655,60, marcando baixa de 1,66% no acumulado semanal.

"Todos os preços de metais preciosos sofreram pressão baixista nesta semana após a alta de 75 pb do Fed e a mensagem <i>hawkish</i> que a acompanhou", resume a Capital Economics, em relatório a clientes.

A casa diz que "não há razão" para desacreditar em juro na faixa de 4,5% a 4,75% nos EUA ao fim deste ano, o que deve manter o retorno da T-note de 10 anos próxima dos níveis atuais até o término de 2022. Retornos altos no mercado de renda fixa americano tendem a reduzir a demanda por ouro, já que ambos competem enquanto ativos de segurança para investidores.

Ainda assim, a Capital estima que a maior parte das perdas do ouro já foram precificadas, e projeta preço de US$ 1,65 mil por onça-troy ao fim de 2022. "Mas esperamos que outros metais preciosos permaneçam sob pressão. Em particular, a demanda por prata tem sido lenta devido à desaceleração na fabricação global de eletrônicos. E com nossa previsão pessimista de crescimento global, não esperamos uma recuperação sustentada do setor em breve", conclui.

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