O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu nesta terça-feira, 17, que o País retorne ao "regime de esforço fiscal". Segundo ele, é importante que os agentes financeiros entendam que há um esforço, por parte do governo, de retornar à disciplina na área.
Ao avaliar o cenário, Campos Neto lembrou que o Brasil, antes mesmo da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, já vinha com uma "situação de dívida elevada" na comparação com seus pares.
Com a pandemia, o País também gastou mais recursos que a média dos países.
O presidente do BC pontuou ainda que o descontrole fiscal terá impactos sobre os preços da economia – como câmbio e inflação.
Neste aspecto, segundo ele, o descontrole de preços poderá inibir o crescimento.
<b>Reformas</b>
O presidente do Banco Central afirmou ainda que a credibilidade do País está associada ao andamento das reformas econômicas. Neste sentido, segundo ele, é "responsabilidade de todos entender que agora temos um problema".
"Nos endividamos bastante", afirmou ele, em referência à elevação da dívida pública durante a pandemia do novo coronavírus. "Temos que entrar em um processo de organização entre os poderes para aprovar as reformas", afirmou.
Conforme Campos Neto, o Brasil tem "enormes possibilidades" de investimentos, em várias áreas. No entanto, para que os investidores estrangeiros entrem no País, é preciso haver a "percepção de que voltamos à disciplina fiscal".
Os comentários foram feitos por Campos Neto durante entrevista à <i>GloboNews</i>.