O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que os Poderes precisam ter "maturidade" para solucionar os problemas sociais e econômicos do País diante da crise gerada pela condenação do deputado Daniel Silveira (PRB-PTB).
Em entrevista no Senado, Pacheco condenou os ataques ao estado democrático de direito, afirmando que quem não tiver disposição para solucionar os "problemas reais" do Brasil vai ser considerado como "traidor da pátria no futuro".
Silveira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques ao Judiciário, mas recebeu um indulto do presidente Jair Bolsonaro. O Congresso defende a prerrogativa de julgar a cassação do deputado. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, por sua vez, afirmou que o deputado deve ficar fora da eleição mesmo após o perdão presidencial.
"É lamentável verificar que crises que sejam criadas a todo instante até como cortina de fumaça para os verdadeiros problemas do Brasil", disse Pacheco. "Tudo quanto houver de arroubo antidemocrático, que atente contra o estado de direito, que atente contra a Constituição, nós demoves repudiar de maneira muito veemente."
A declaração de Pacheco foi dada enquanto o Palácio do Planalto organizava um ato chamado de "Ato Cívico pela Liberdade de Expressão", com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Na prática, o evento serviu como uma defesa ao perdão concedido pelo chefe do Planalto ao deputado condenado.
O presidente do Senado disse que as instituições não podem ultrapassar uma "linha, a do estado democrático de direitos". "Quem não estiver essa disposição de buscar soluções aos problemas do Brasil no futuro vai ser tratado como um traidor da pátria", disse Pacheco. No ano passado, o presidente do Senado usou a expressão "inimigo da pátria" para criticar os ataques feitos à urna eletrônica pelo presidente Jair Bolsonaro.