O drama vivido por Antônio Fernando da Silva Pires, de 63 anos, mostra o descaso com a saúde em Guarulhos. Há dez meses ele está sem acompanhamento médico especializado, mesmo enfrentando uma lista de doenças graves: epilepsia, diabetes, problemas renais, hipertensão e distúrbios da tireoide.
Depois de sofrer um traumatismo craniano, Antônio começou a apresentar problemas de saúde. Estava sendo atendido por nefrologista e endocrinologista na rede municipal, mas desde o início do ano perdeu o acompanhamento e nunca mais conseguiu retorno.
A esposa, Rosmari, que entrou em contato com o GWEB para contar sua história, tenta todos os dias encontrar uma saída. Liga, pede ajuda, vai até o Cemeg São João. A resposta é sempre a mesma: “Estamos sem médicos.”
“Dizem que vão entrar em contato, mas até hoje nada. A gente se sente abandonado”, desabafa. O abandono, porém, não é só sensação. Sem atendimento, Antônio teve o tratamento interrompido e depende de remédios controlados como o Gardenal, usado para conter as crises de epilepsia. Parte dos medicamentos, cuja lista passa de 10 medicações, deixou de ser fornecida pelo programa de alto custo, e a família tem se virado como pode para comprar o que falta.
“É desesperador ver meu marido piorando e não ter pra onde correr. Eu corro atrás, ligo, tento agendar, mas não tem médico. E enquanto isso ele vai ficando mais debilitado”, diz Rosmari.
O GWEB foi até o Cemeg São João nesta quarta-feira e comprovou a história. Ouviu dos atendentes que há falta de médicos no local e não há qualquer previsão de normalização. A orientação foi para procurar outras unidades de saúde do Município para tentar uma melhor sorte.
O GWEB questionou a Subsecretaria de Comunicação do prefeito Lucas Sanches (PL). Mas, mais uma vez, não recebeu qualquer resposta.


