O teste de malária feito no paciente brasileiro com suspeita de Ebola deu positivo, segundo apurou o jornal O Estado de S.Paulo. As medidas de isolamento serão mantidas até a conclusão do exame de Ebola, cujo resultado deve sair na tarde desta quinta-feira, 12. Há uma possibilidade teórica, ainda que remota, de um paciente ser infectado simultaneamente por Ebola e malária, daí a necessidade de as precauções serem mantidas.
Oriundo da Guiné, o paciente está com quadro de saúde estável e sem apresentar febre desde que chegou ao Rio, no início da madrugada desta quinta-feira. Segundo o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rodrigo Stabeli, o homem, que não teve o nome revelado, apresentou um pequeno quadro de diarreia pela manhã, que pode ter sido causada por nervosismo.
Internado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, na sede da Fiocruz, em Manguinhos, na zona norte do Rio, ele está colaborando com todos os exames e protocolos.
Segundo Stabeli, o paciente chegou sem apetite, mas conseguiu almoçar no início desta tarde. Ele está recebendo soro por ter chegado ao Rio muito desidratado. O paciente toma medicamentos para malária.
“Um paciente com Ebola apresenta muita febre e o seu quadro vai piorando como um paciente que está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O paciente está estável, mas ainda não dá para tirar uma conclusão”, explicou Stabeli. “São necessários dois exames negativos, um em 24 horas e outro após 48 horas.”
O Ministério da Saúde deve anunciar o resultado do primeiro exame por volta das 20 horas desta quinta-feira, mas o paciente só será liberado após os resultados dos dois testes darem negativo.
A investigação do caso começou nesta quarta-feira, 11, em Belo Horizonte. O paciente, de 46 anos e vindo da Guiné, na África, procurou a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Pampulha na noite de terça-feira com febre alta, dor muscular e dor de cabeça.
Ele chegou ao Brasil em 6 de novembro. Depois de isolado, o paciente foi transferido para o Rio, onde passou por exames para identificar a presença do vírus da doença. A Fiocruz ressaltou que ele não circulou pelas áreas de maior risco de contaminação de Ebola em seu continente.