Guarulhos voltou a amanhecer, nesta segunda-feira, dia 29, com grandes filas em frente à Farmácia de Alto Custo, mantida pela Secretaria de Estado da Saúde, na avenida Emílio Ribas, na região do Gopoúva. Pacientes relataram espera prolongada, aglomeração e a necessidade de chegar ainda durante a madrugada para tentar garantir atendimento e retirada de medicamentos essenciais.
Pela manhã, a fila dobrava duas esquinas e chegava na avenida Nossa Senhora Mãe dos Homes.
A cena, no entanto, não é novidade. O problema tem sido recorrente nos últimos meses, chamando a atenção de moradores, familiares de pacientes e profissionais da área da saúde. Mesmo após reiteradas reclamações, o cenário de filas extensas segue se repetindo, especialmente no início das semanas e em datas próximas à renovação de receitas.
Medicamentos essenciais e espera desgastante
A Farmácia de Alto Custo atende pacientes que dependem de medicamentos de uso contínuo, muitos deles destinados ao tratamento de doenças crônicas, raras ou de alto impacto, como câncer, doenças autoimunes, neurológicas e metabólicas.
Para esse público, a espera não é apenas incômoda. Em muitos casos, envolve idosos, pessoas com mobilidade reduzida ou em tratamento debilitante, que enfrentam horas em pé ou sentadas na calçada, sob sol ou frio, sem estrutura adequada.
Relatos de usuários indicam que, mesmo com agendamento ou documentação em dia, o tempo de espera tem sido excessivo, o que aumenta a sensação de desorganização e falta de planejamento.
Problema antigo, solução adiada
A concentração de pacientes na unidade da Emílio Ribas tem sido apontada como um dos principais gargalos. Guarulhos, uma das maiores cidades do país, conta com uma única Farmácia de Alto Custo estadual, o que acaba sobrecarregando o serviço.
Nos últimos meses, o GuarulhosWeb vem recebendo relatos frequentes de leitores sobre filas que se formam antes do horário de abertura; demora no atendimento interno; falta de informações claras; ausência de cobertura ou estrutura mínima para quem aguarda do lado de fora.
Apesar disso, não houve anúncio de ampliação significativa do atendimento, descentralização ou reforço estrutural, o que mantém o problema em evidência.
Nesta segunda-feira, o GWEB questionou a Secretaria Estadual de Saúde sobre os problemas, mas até o momento não recebeu qualquer resposta. O espaço segue aberto para manifestação.
