Cidades

Padilha consegue convocar só um médico para Guarulhos

No Brasil, 404 cidades receberão 938 médicos. Maioria deles vai para as periferias de capitais e regiões metropolitanas. Mas em Guarulhos apenas um profissional foi habilitado.

Prazo para seleção de municípios e homologação segue até quinta, dia 8

O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira, a lista dos profissionais brasileiros que confirmaram a sua participação no primeiro mês de seleção do Programa Mais Médicos. Foram contemplados na lista 21 municípios de São Paulo, escolhidos por 45 médicos. A maioria deles (41) atuará nas periferias da capital e região metropolitana e os outros quatro em cidades do interior de maior vulnerabilidade social. O número de vagas preenchidas equivale a 2,4% da demanda dos municípios do estado, que apontaram a necessidade de 2.197 médicos para completar seus quadros na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS).

Guarulhos, que tem a saúde apontada como o maior problema do município, conforme enquete realizada pelo GuarulhosWeb no mês passado, conseguiu apenas um médico. Ao todo, segundo o Ministério da Saúde, 938 médicos brasileiros assinaram o termo de compromisso confirmando a participação no programa. Deste universo, 51,8% selecionaram municípios das periferias de capitais e regiões metropolitanas e 48,1% restantes, municípios do interior de alta vulnerabilidade social, totalizando 404 cidades atendidas nesta chamada. O número de vagas preenchidas equivale a 6% da necessidade de 15.460 médicos apontada pelos municípios de todo o país.

“Tivemos a confirmação de 1.000 médicos em quinze dias de seleção, significa que quatro milhões de brasileiros passarão a ser atendidos. Esse é apenas o início do programa, o processo continua aberto e usaremos de todas as estratégias para suprir as mais de 15 mil vagas apontadas pelos municípios”, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que ressaltou ainda o maior interesse dos profissionais pelas regiões metropolitanas e cidades próximas ao litoral. “Chama atenção, nesta etapa, a alta concentração de médicos inscritos em apenas 400 municípios com esse perfil”, destaca.

Os 938 médicos representam 5,6% dos 16.530 profissionais com registro profissional do Brasil que haviam se cadastrado inicialmente no sistema do Mais Médicos. O Ministério da Saúde dará mais uma oportunidade aos médicos brasileiros que chegaram a selecionar municípios, mas que não homologaram sua participação.

Este grupo terá até quinta-feira (8) para novamente indicar as seis opções de cidades que desejam atuar, em ordem de preferência e de acordo com as regiões prioritárias do programa. A nova lista será publicada no sábado (10). A próxima chamada de médicos e municípios começa no dia 15 de agosto.

PERFIL – A maioria (58,42) dos 938 médicos participantes é homem e 41,5% são mulheres. Do total, 47,2% são jovens profissionais, entre 23 e 30 anos, e 25,48% estão na faixa etária que vai de 31 a 40 anos. Acima de 41 anos, somam 27,24%, sendo que dessa parcela cerca de 9% tem mais de 61 anos.

Em relação à formação, 49,5% são médicos que concluíram a graduação entre 2011 e 2013. A grande maioria dos profissionais (74%) se formou nos últimos dez anos.

Dos 404 municípios que vão receber profissionais nesta primeira etapa, 213 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões metropolitanas, 56 estão em um grupo de 100 cidades com mais de 80 mil habitantes de maior vulnerabilidade social e 24 são capitais. Na distribuição dos profissionais foram atendidos ainda 16 distritos sanitários indígenas.

Os municípios da região Nordeste foram contemplados com o maior número de médicos, com um total de 372 profissionais direcionados a 203 cidades e um DSEI. Em segundo lugar, vem o Sudeste, com 216 médicos para atender 77 municípios. Em seguida vem a região Norte, com 144 médicos em 49 municípios e 14 DSEI. A região Sul vai receber 107 médicos em 53 municípios; e Centro-Oeste, com 99 médicos em 22 municípios e um DSEIs.

Os estados que receberão mais médicos serão Ceará (91), Bahia (85), Goiás (70), Minas Gerais (64), Espírito Santos (58), Pernambuco (55), Rio de Janeiro (49), Rio Grande do Sul (47), Amazonas e São Paulo (ambos 45).

DEMANDA – Apenas 11,4% dos 3.511 municípios que aderiram à iniciativa vão receber profissionais nesta etapa, havendo uma sobra de 14.553 vagas. Do total da demanda de médicos apresentada pelos municípios do Norte do país, 8,1% será atendida. Esse índice do Nordeste é de 7,7%. Sul e Sudeste tiveram cerca de 4% de suas vagas preenchidas e o Centro-Oeste, 9%.

Dos 3.107 municípios que, até este momento, não receberão nenhum médico, 1.279 estão em regiões prioritárias, sendo 1.041 cidades do interior de alta vulnerabilidade social. O Nordeste é a região com o maior número de prefeituras que não serão atendidas, 972.

Do total de municípios que aderiram ao programa, 2.028 não despertaram o interesse de nenhum profissional brasileiro, pois não estiveram entre as seis opções selecionadas por cada um dos médicos. Desse universo, 782 estão em regiões prioritárias – o equivalente a 53% do total.

INFRAESTRUTURA – A grande maioria desses 2.028 participa dos principais programas do Ministério da Saúde para melhoria da infraestrutura, construção, reforma e ampliação de Unidades Básicas de Saúde. Desse total, 1.734 (85%) estão recebendo recursos do Programa de Requalificação de UBS e 1.578 (78%) aderiram ao Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ).

Em relação aos 782 prioritários que não atraíram interesse de médicos, 722 (92%) estão recebendo recursos do Programa de Requalificação de UBS e 715 (91%) aderiram ao PMAQ.

O Governo Federal está investindo, até 2014, R$ 15 bilhões na expansão e na melhoria da rede pública de saúde de todo o Brasil. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 16 mil unidades básicas. Outros R$ 5,5 bilhões serão usados na construção, reforma e ampliação desses estabelecimentos de saúde, além de R$ 2 bilhões para 14 hospitais universitários.

Somente no estado de São Paulo, já foram investidos R$ 297,3 milhões para obras em 1.491 unidades de saúde e R$ 6,3 milhões para compra de equipamentos para 924 unidades. Também foram aplicados R$ 204,5 milhões para construção de 118 UPAs e R$ 147 milhões para reforma/construção de 147 hospitais.

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