Além das medidas fiscais, o novo prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), disse nesta sexta-feira (1º) que o foco da prefeitura será o combate à corrupção, que será comandado pela recém-criada Secretaria de Governo e Integridade Pública, sob o comando do novo secretário Marcelo Calero, advogado, ex-ministro da Cultura do governo Michel Temer e deputado do Cidadania. A nova secretaria substitui a antiga Casa Civil.
Em decreto publicado nesta sexta-feira no <i>Diário Oficial</i> do Município (DOM), foram criadas comissões de investigações preliminares para apurar questões que determinaram a abertura de processos judiciais, como o "QG da propina", no qual o ex-prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) é acusado de ser o idealizador de um esquema para aliciar empresários a participar de estruturas de corrupção, e dos "guardiões do Crivella", como ficaram conhecidos os servidores designados por ele para evitar que jornalistas tivessem acesso às reclamações da população nas portas dos hospitais públicos. Essas comissões terão prazo de 30 dias para entregar a Paes um relatório com o resultado das ações.
Também por decreto, a prefeitura do Rio criou grupos para investigar a gestão anterior, com auditorias previstas para as folhas de pagamento e as contratações diretas sem licitações realizadas por Crivella, atualmente em prisão domiciliar. Ao tomar posse nesta sexta, o novo prefeito do Rio afirmou que pretende criar um novo arcabouço legal para evitar que futuros chefes do Executivo municipal cometam irregularidades, o que será feito, de acordo com ele, por meio de mudanças na governança e aumento de transparência dos atos públicos.
"A transformação que a população carioca tanto anseia passa, necessariamente, por uma mudança radical nas práticas da administração pública, assim como na relação e no trato com a coisa pública", afirmou, no discurso de posse. Segundo Paes, a peça-chave dessa direção será o recém-criado Programa Carioca de Integridade Pública e Transparência – Rio Integridade, uma plataforma que tem por objetivo assegurar a governança e a conformidade da administração pública, com práticas de transparência e gestão de dados. "O Programa Rio Integridade consiste numa plataforma de propostas de reformas administrativas, legislativas e institucionais, com objetivo de levar ao debate público as causas sistêmicas da corrupção", disse.