Eu adoro assistir a filmes, especialmente no cinema. Afinal, toda a sétima arte foi elaborada para ser exibida em telas gigantes; as mensagens perdem muito de sua essência quando apresentadas na TV. Apesar deste gosto, já fazia quase um ano e meio que eu não assistia a uma boa película do princípio ao fim, com plena atenção e rara emoção.
Pois bem, no primeiro sábado de agosto, eu fui ao Centro Espírita Gean, em Santana, a convite de meu amigo Afonso Moreira Junior, a fim de rever uma das mais lindas e emocionantes passagens cinematográficas entre pai e filho: “Peixe Grande”, com magistral direção de Tim Burtin (1958). Trata-se do grande contador de histórias Ed Bloom que, durante toda a experiência terrena, revela as suas inúmeras aventuras – sempre com boa dose de imaginação.
Ed é um completo sucesso, cativando todos que o conhecem. Existe, porém, uma significativa exceção a essa regra: Will, seu único filho, não gosta nem um pouco desse arraigado hábito do pai, e passa anos sem falar com ele. Ambos se reconciliam somente quando Ed está prestes a encerrar a sua missão por aqui. O reencontro entre ambos e o final são surpreendentes. Eu recomendo!
Na vida real, verdade e fantasia comumente se misturam, especialmente quando vamos contar uma história que nos dá alegria e prazer. Meu pai, Paulo (1928-2008) foi um homem de poucas palavras, mas de muito trabalho e duras experiências. Somente quando eu cheguei à meia-idade que pude descobrir e admirar plenamente esse saudoso homem. Como eu queria tê-lo sempre comigo, além das dimensões de meu coração de eterno menino.
No domingo dos pais, eu e meus entes queridos nos confraternizamos, tendo por base a memória de um padeiro, nascido em Nazaré Paulista, que aos 17 anos mudou-se para a ‘cidade grande’, a fim de constituir sua família. Anna, os cinco filhos, nove netos e quatro bisnetos agradecem por sua determinação e fé. Pai, meu herói, você venceu!
