Pais de alunos de escolas da rede pública estadual de ensino sediadas no município se queixam da falta de professores em sala de aula.
A dona de casa Rosangela de Souza Oliveira, 46 anos, conta que sua filha de 10 anos, matriculada na quinta série do ensino fundamental II da escola Brigadeiro Haroldo Veloso, situado no bairro de mesmo nome, tem sido dispensada antes do horário regular de saída por falta de professores. "Nesta semana que antecedeu as eleições, inclusive, todos os dias minha filha deixou de ter aula por falta de professores", disse Rosangela, que ainda frisa, "é comum acontecer e prejudica o aprendizado dos alunos".
Outra mãe, a representante comercial Simone Ferreira de Vasconcelos, 34, explica que sua filha de sete anos, que cursa a segunda série do Ensino Fundamental na escola estadual Professor Hermani Furini, no Jardim São João, também têm sido prejudicada com a falta de professores. "É comum faltar a professora. A escola não dispensa, mas distribui os alunos entre outras classes", comenta.
Insatisfação – Para o diretor executivo da Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Ézio Expedito, parte do problema se deve principalmente as normas estabelecidas pela lei estadual nº 1093/2009 – que determina que docentes novos contratados aprovados nas provas trabalhem por apenas um ano letivo. "Estes, que entram em regime de contratação, diferente dos concursados, acabam deixando as escolas estaduais por outras oportunidades", aponta. De acordo com Expedito, a lei proporciona aos professores a falta de expectativas, já que devem se considerar desempregados no ano seguinte.
Ainda segundo Expedito, as más condições de trabalho endossam o descontentamento destes docentes. "As salas superlotadas, a aprovação automática de alunos e os baixos salários são fatores que desmotivam os professores", destaca. Ele frisa que a Apeoesp já apresentou proposta para melhorias, as quais foram vetadas pelo Estado. "O grande vilão é o Governo Estadual", finalizou.