Os seis países árabes do Conselho de Cooperação do Golfo denunciaram neste sábado como um “golpe de Estado” a tomada de poder no Iêmen por rebeldes, exortando a Organização das Nações Unidas (ONU) a adotar providências.
Os rebeldes, conhecidos como houthis, assumiram o controle das instituições estatais, dissolveram o parlamento e instalaram uma nova comissão para governar o país mais pobre do Oriente Médio – que também é o lar do que os Estados Unidos consideram a franquia mais perigosa da Al-Qaeda.
O conselho, liderado pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, cujos governos são sunitas, divulgou um comunicado neste sábado, transmitido pela Agência de Notícias Saudita, pedindo ao Conselho de Segurança da ONU que “ponha um fim a esse golpe”.
“O Conselho de Cooperação vê o golpe houthi como uma escalada que não pode ser aceita sob quaisquer circunstâncias”, assinalou. O órgão atua como um contrapeso à potência xiita da região, o Irã, que o conselho já acusou de se intrometer em assuntos internos. Opositores descreveram o Irã como um importante apoiador dos houthis, algo que os rebeldes negam.
Em discurso desafiador proferido neste sábado, o líder rebelde Abdel-Malak al-Houthi disse que a tomada de poder era necessária. “A declaração constitucional (…) veio para acabar com o vácuo”, afirmou. “É tudo pelo interesse do povo e para o povo e para enfrentar essas ameaças e conspirações contra o povo.” O vácuo teria ocorrido com a renúncia do ex-presidente do Iêmen Abed Rabbo Mansour Hadi e seu governo após terem sido sitiados por rebeldes houthi na capital do país, Sanaa.
Em seu primeiro decreto, o comitê houthi nomeou Mahmoud al-Subeihi como ministro da Defesa interino e Jalal al-Rowaishan como ministro do Interior interino do Iêmen. Os dois ocuparam os cargos no governo anterior, mas haviam se demitido junto com Hadi no mês passado. Fonte: Associated Press.