No Brasil, o 18 de maio é o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Para abordar o tema, a doutora Regina de Luca, diretora geral Hospital Municipal da Criança e do Adolescente, em Guarulhos (SP), administrado pelo IDGT, fez uma palestra para os funcionários da unidade.
Durante a explanação, ela lembrou alguns fatos que chocaram o país. Um deles foi o Caso Araceli, uma criança de oito anos que por dias foi abusada e, por fim, assassinada. “Precisamos de toda a atenção para identificar crianças que são vítimas de violência. Hoje, não é um dia de comemoração, mas de reflexão, tendo em vista o crescente número de crianças vítimas de violência física e sexual.” A diretora ainda ressaltou que as equipes multidisciplinares de saúde precisam atender e apoiar a criança, prestando auxílio emocional, psicológico e social.
Por ano, o Brasil registra 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes, ocupando o segundo lugar no ranking de exploração sexual infantojuvenil. O primeiro país no ranking é a Tailândia. Os números foram descobertos pelo Instituto Liberta, a partir de estudos de organizações da sociedade civil e dados governamentais. E o problema pode ser ainda maior, segundo a Childhood Brasil que, em 2019, apontou que apenas 10% dos casos são, de fato, notificados às autoridades.
A palestra também contou com a participação do gerontólogo Fabiano Vieira, gerente da Humanização da unidade; e da psicanalista Dulcinda Alves. Juntos, eles desenvolveram o trabalho de atendimento a crianças violentadas. Tudo o que envolve este tema, segundo Viera, precisa ser tratado com mais atenção pelos governos Federal, estaduais, prefeituras e por toda a sociedade.