O pesadelo de Rogério Ceni se chama Robinho. O ídolo do São Paulo voltou a fraquejar diante do meia do Palmeiras e entregou nos pés do adversário o empate que tirou nos acréscimos a vitória certa da equipe no Morumbi. O 1 a 1 foi mais uma vitória moral do Palmeiras sobre o rival em 2015.
O lance mais importante do jogo pareceu um replay do golaço de Robinho sobre Rogério Ceni, pelo Campeonato Paulista. Eram 47 minutos do segundo tempo quando o goleiro errou uma reposição e deixou a bola nos pés do meia, que encobriu o veterano. Dessa vez, o chute saiu de mais perto.
O resultado mantém o Palmeiras no G4, em quarto lugar, com 45 pontos, enquanto o São Paulo fecha a rodada apenas na sexta posição, com 43, e com sabor de derrota. A equipe não ganhou do rival em 2015.
O confronto por vaga na próxima Libertadores promovia o encontro de dois clubes em ambientes bem diferentes. O Palmeiras vinha em fase ascendente diante de um São Paulo conturbado pelas críticas do Juan Carlos Osorio à diretoria, aliada à possibilidade do técnico deixar o cargo. Sem contar a já conhecida história de divisão política.
Dentro de campo foi o instável e irregular São Paulo quem estava mais organizado. O ruim para torcida foi rever um roteiro cansativo. A equipe cria e encurrala o adversário. Mas nada de gol, assim como foi contra o Corinthians, pelo Brasileirão.
O domínio não fez do estádio um caldeirão e a torcida permaneceu quieta enquanto Michel Bastos sempre chegava livre pela direita, Paulo Henrique Ganso jogava sem marcação, Alexandre Pato se deslocava pelo gramado sem ser acompanhado por marcadores e Carlinhos, substituto de última de Breno, apoiava com frequência.
O Palmeiras estava atordoado e os volantes não marcavam. Na única chegada do time no primeiro tempo, Robinho acertou uma cabeçada no travessão. Ainda assim, foi pouco para responder às várias chances do São Paulo. Gabriel Jesus era o único caminho ao gol adversário.
O empate sem gols no intervalo foi lucro para o Palmeiras. Fernando Prass chegou a se atrapalhar sozinho e colocar a mão na bola fora da área. A lambança foi amenizada por boas defesas na sequência. Sem Luis Fabiano, faltou ao time do Morumbi alguém com mais presença na área.
Os são-paulinos pareciam não estarem famintos por devolverem as derrotas anteriores por 3 a 0 e 4 a 0 para o Palmeiras no Allianz Parque, quando a torcida alviverde fez um barulho imenso. Nem mesmo a diferente entrada em campo do time pareceu mexer com o ambiente. Cada jogador subiu ao gramado conduzindo um cachorro, em ação de marketing pela adoção de animais.
O intervalo da partida coincidiu com um refresco da temperatura, a aparição da sombra e mudanças no jogo. Marcelo Oliveira mexeu no setor que mais dava problemas e a saída do volante Andrei Girotto para a entrada do lateral João Pedro fez o time começar a agredir o São Paulo com frequência.
O jogo ficou mais parelho e quando o Palmeiras assustava mais, foi ele o punido pela ineficiência. Aos 14 minutos, o time entrou com a bola na área e por puro preciosismo, perdeu a chance de finalizar. No contra-ataque fulminante, Thiago Mendes iniciou a jogada e Carlinhos chutou de fora da área coma perna ruim, a direita, para abrir o placar. Foi o primeiro gol dele pelo São Paulo.
A desvantagem fez o Palmeiras se jogar ao ataque para empatar, enquanto o time da casa se fechou. Marcelo Oliveira abriu o time com Kelvin e Alecsandro, mas não conseguiu organizar a criação. A equipe fazia mais pressão numérica no campo de ataque do que assustava, até o erro de Rogério Ceni decidir a partida.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 x 1 PALMEIRAS
SÃO PAULO – Rogério Ceni; Bruno, Rodrigo Caio, Lucão e Matheus Reis (Wesley); Thiago Mendes, Carlinhos e Ganso; Michel Bastos (Wilder), Alexandre Pato (Lyanco) e Rogério. Técnico: Juan Carlos Osorio.
PALMEIRAS – Fernando Prass; Lucas (Kelvin), Jackson, Vitor Hugo e Egídio; Thiago Santos, Andrei Girotto (João Pedro) e Robinho; Rafael Marques, Gabriel Jesus e Lucas Barrios (Alecsandro). Técnico: Marcelo Oliveira.
GOLS – Carlinhos, aos 15 minutos, e Robinho, aos 47 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Anderson Daronco (Fifa/RS).
CARTÕES AMARELOS – Robinho, Matheus Reis, Thiago Santos.
RENDA – R$ 760.420.
PÚBLICO – 25.141.
LOCAL – Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP).