O exigente torcedor do Palmeiras terminou a quarta-feira com um sorriso no rosto. Se na semana passada foi dormir desconfiado com o empate por 1 a 1 contra o América-MG, agora o sono será tranquilo – em Belo Horizonte, o time venceu o rival por 2 a 0 e vai decidir a Copa do Brasil pela quinta vez, em busca do seu quarto título, em duas partidas contra o Grêmio que prometem mobilizar o País.
Para chegar à decisão, o Palmeiras precisou passar por uma série de obstáculos nas últimas semanas. Única equipe brasileira a disputar as últimas três competições do calendário – Brasileirão, Libertadores e a Copa do Brasil – o time sofreu com o desgaste físico imposto pela quantidade de partidas disputadas e ainda teve quase que o elenco inteiro contaminado pelo novo coronavírus.
O técnico Abel Ferreira se virava como podia para manter o time com bom rendimento nas competições. À medida que os jogadores testavam negativo, começava a luta para a recuperação física.
Nesta quarta-feira, no primeiro tempo, esse foi um fator visível. O time do Palmeiras é bom, mas sofre fisicamente, ainda mais contra um adversário muito bem montado, como é o América-MG de Lisca – que deverá subir para a Série A com tranquilidade.
O Palmeiras marcou muito forte nos primeiros 45 minutos, mas errou muitos passes. O time mineiro também se desdobrou na marcação, o que fez com que as raras chances de gol surgissem apenas em lances de bola parada e em arremates de longa distância.
Os volantes Danilo e Gabriel Menino estavam "encaixotados" e não conseguiam verticalizar o jogo. O que se via era troca de passes entre volantes e zagueiros e muitas vezes essa bola parava nos pés do goleiro Weverton, que precisava apelar para o famoso chutão.
Na última parte do primeiro tempo, o América-MG dominou o jogo na base da imposição física. O time subiu suas linhas de marcação, fechou ainda mais a saída de bola do Palmeiras e deu trabalho para os marcadores do time de Abel Ferreira.
O segundo tempo começou com maior movimentação. Lisca mexeu mais uma vez e mandou Felipe Augusto ao campo. A alteração fez o América-MG ganhar ainda mais espaço e o time passou a oferecer maior perigo.
O Palmeiras andava em campo. Depois dos dez minutos, Raphael Veiga errou passe e o time mineiro partiu no contra-ataque. Ademir recebeu a bola pela direita, cortou para o meio e bateu, mas a bola passou perto da trave esquerda.
Aos 12, o América-MG chegou pela esquerda, com Ademir, que mandou para a área. Juninho apareceu sozinho e bateu de primeira, mas pegou mal na bola, que mais uma vez saiu pela linha de fundo.
Abel Ferreira percebeu que desvantagem física do seu time seria crucial e fez três alterações de uma vez, mandando a campo Gustavo Scarpa, Patrick de Paula e Lucas Lima.
Pela primeira vez no jogo o Palmeiras respirou. Com mais toque de bola, o time segurou o ímpeto do adversário e fez mais.
Aos 23, abriu o placar com um bonito gol. Rony recebeu na direita e tocou para Luiz Adriano. O centroavante dominou fora da área, ajeitou e bateu colocado, rasteiro, no canto do goleiro Cavichioli, que pulou mas não alcançou: 1 a 0.
O Palmeiras continuou com bom toque de bola. Patrick de Paula deu o fôlego necessário para o time. Aos 40 do segundo tempo, Rony sofreu falta curta pela esquerda do ataque. Lucas Lima cobrou na área, Mayke cabeceou firme, mas Cavachioli fez uma linda defesa. No rebote, Rony, de peixinho, mandou para o fundo do gol. Fim de jogo e Palmeiras classificado.
FICHA TÉCNICA:
AMÉRICA-MG 0 x 2 PALMEIRAS
AMÉRICA-MG – Matheus Cavichioli; Daniel Borges (Toscano), Messias, Anderson e Sávio; Flávio (Zé Ricardo), Juninho, Geovane (Felipe Augusto) e Alê (Calyson); Rodolfo (Vitão) e Ademir. Técnico: Lisca.
PALMEIRAS – Weverton; Marcos Rocha, Luan, Gustavo Gómez e Viña; Danilo, Gabriel Menino (Patrick de Paula) e Raphael Veiga (Lucas Lima); Rony, Luiz Adriano (Maike) e Willian (Gustavo Scarpa). Técnico: Abel Ferreira.
GOLS – Luiz Adriano, aos 23 e Rony, aos 41 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Wilton Pereira Sampaio (GO).
CARTÕES AMARELOS – Gustavo Gómez, Daniel Borges e Lucas Lima.
LOCAL – Independência, em Belo Horizonte.