Há alguma espécie de mística entre Palmeiras, Allianz Parque e São Paulo. A combinação dos três mais uma vez se manteve forte nesta quinta-feira e pela sexta vez em seis ocasiões o time alviverde bateu o rival na sua arena. A vitória por 2 a 0 pelo Campeonato Paulista foi a celebração ideal por ser a 100ª partida no estádio, marca alcançada diante do adversário que mais sofreu no local.
O resultado tem para o Palmeiras o sabor de uma redenção após quatro rodadas sem vitória, sequência agravada por uma derrota para o Corinthians. Já para o São Paulo é a dura volta à realidade de quem acumula três derrotas em clássicos no ano e parece se acostumar a crises e à freguesia para os rivais.
Apesar de ter treinado com a presença de torcida e cercado de menções de apoio na véspera, o São Paulo pareceu inerte. A manifestação não transmitiu brio ao time. Desorganizado e até assustado em campo, virou presa fácil.
Se o jogo fosse comparado à velocidade, o São Paulo era um pedestre e o Palmeiras, um carro de Fórmula 1. O time da casa estava pilhado ao extremo, com vontade a cada dividida e motivado pela torcida. A arena gritava acima do normal e levou o time a encurralar o rival. Não houve trégua até os nove minutos, quando Antônio Carlos subiu para completar escanteio de cabeça e fazer 1 a 0.
A partir disso o São Paulo tentou se acalmar e conseguir trocar alguns passes. Esse processo era difícil, pois o jogo era disputado e as faltas não ajudavam a esfriar o clima. A equipe sofria com a marcação nas laterais, onde Lucas Lima, Dudu e Willian tinham espaço para criar. O Palmeiras continuava constante, intenso e vibrante, um time com apetite ante um rival preguiçoso.
O segundo gol chegou naturalmente, como um roteiro previsível. Contra-ataque do Palmeiras, finalização de voleio, gol de Borja no rebote de Jean, aos 31 minutos. Tudo isso sem grandes dificuldades para se safar da marcação. Willian por pouco não fez o terceiro e a equipe saiu para o intervalo aplaudida pelo amplo domínio.
Nocauteado no primeiro tempo, o São Paulo fez as três alterações no intervalo no desespero para evitar uma goleada. O time melhorou. Uma das novidades, Tréllez, chegou a acertar o travessão. Ainda era pouco diante do domínio adversário. O Palmeiras administrava o ritmo, pois sabia que as laterais tricolores eram caminhos tranquilos para se chegar ao gol.
O placar poderia até ser maior, mas vale como aprendizado para os dois. O Palmeiras reage no Estadual, embalado pelo “olé” da torcida no fim do jogo. E o São Paulo fica em alerta pelo começo ruim no ano e a obrigação de melhorar o futebol para o futuro reverter tanto a mística do Allianz Parque, como voltar a ser competitivo em clássico.
Com a vitória, o Palmeiras chegou aos 23 pontos, na liderança do Grupo D, sendo que no domingo vai visitar o Ituano pela rodada final da primeira fase. Já o São Paulo está na frente no B, com apenas 14, e receberá o Red Bull Brasil no domingo.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 0 SÃO PAULO
PALMEIRAS – Jailson; Marcos Rocha, Antônio Carlos, Thiago Martins e Victor Luís; Felipe Melo (Thiago Santos); Bruno Henrique (Moisés), Lucas Lima, Willian (Gustavo Scarpa) e Dudu; Borja. Técnico: Roger Machado
SÃO PAULO – Jean; Éder Militão, Rodrigo Caio, Arboleda e Edimar; Hudson (Shaylon), Petros, Cueva, Valdivia e Marcos Guilherme (Nenê); Brenner (Trellez). Técnico: Dorival Junior
GOLS – Antônio Carlos, aos nove, e Borja, aos 31 minutos do primeiro tempo
ÁRBITRO – Flávio Rodrigues de Souza
CARTÕES AMARELOS – Victor Luís, Marcos Guilherme, Hudson, Felipe Melo, Bruno Henrique, Thiago Martins, Petros, Shaylon
RENDA – R$ 2.302.301,06.
PÚBLICO – 34.916 presentes.
Local – Allianz Parque, em São Paulo.