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Palmeiras leva dois no fim, perde do Boca e se complica na semi da Libertadores

O Palmeiras conseguiu controlar o jogo diante do Boca Juniors até os 37 minutos do segundo tempo, quando o atacante argentino Darío Benedetto começou a definir a vitória por 2 a 0 nesta quarta-feira, em Buenos Aires. Em dois lances, uma cabeçada e um arremate de fora da área, o argentino colocou em xeque a participação do time de Felipão na Libertadores.

Agora, o Palmeiras terá de vencer por três gols de diferença no Allianz Parque, quarta-feira que vem, para chegar à final. Se vencer por 2 a 0, leva a decisão para os pênaltis. Qualquer outro resultado, da a vaga ao Boca.

O time de Felipão perdeu a invencibilidade fora de casa na Libertadores – depois de vencer cinco jogos como visitante. A campanha do Palmeiras na Libertadores até aqui seguia um padrão: o time vencia fora de casa para administrar como mandante. Agora, no jogo de volta da semifinal, terá de fazer algo incomum: correr atrás do placar em casa.

O Palmeiras não se conformou com a defesa para suportar a pressão inevitável do time da casa. O chute por cima de Dudu aos 9 minutos mostrou que o time também mostraria suas garras. A marcação era forte, não necessariamente na saída de bola, mas organizada no campo todo. Willian e Dudu voltavam para marcar e se tornaram auxiliares dos laterais. Só Borja ficava à frente. Com isso, a temperatura do caldeirão ficou sempre controlado, não chegou a ferver.

Felipão apostou em uma zaga formada por Luan e Gustavo Gómez, dupla que normalmente disputa o Campeonato Brasileiro. Com isso, deixou claro que conta hoje com quatro zagueiros titulares e os escala de acordo com a tabela e a condição física. O retrospecto também ajudou na escalação dos dois. Em 10 jogos atuando juntos, eles não perderam nenhum. No jogo, os dois abusaram dos chutões. Faltou colocar a bola no chão. No restante, não falharam. A grande falha da defesa paulista foi do goleiro Weverton. Aos 16, ele saiu mal e permitiu a finalização perigosa do defensor Isquierdoz. Ficou reclamando de falta, que não ocorreu.

Como sempre faz em seu mítico estádio, o Boca propôs um jogo intenso, vibrante, com a troca rápida de golpes das lutas de boxe. Lá e cá. Era uma estratégia para acelerar o jogo e confundir a defesa. A cantoria incessante da torcida faz parte do jeito de o time jogar. Pulso. Funcionou em algumas isoladas, pois o Palmeiras controlou o jogo. Movimentação, passes corretos, futebol bem jogado, mas faltaram as finalizações. No primeiro tempo, foram apenas duas chances reais.

No segundo tempo, novamente o Palmeiras mostrou seu poder ofensivo com um chute rasteiro de Willian. Em cinco minutos, o time de Felipão conseguiu duas finalizações. Insatisfeito com sua produção ofensiva, o técnico Guillermo Schelotto trocou Zárate por Villa. A intenção era buscar o gol com três atacantes.

Embora não tenha sido sufocado, o Palmeiras incomodou pouco o rival. O chute mais perigoso foi de Dudu, até então sumido no jogo, pouco depois do 20 minutos. A melhor chance do jogo foi uma cobrança de falta quase perfeita de Olaza. Weverton salvou com uma grande defesa.

Aí, Benedetto resolveu a partida. Aos 37, ele ganhou de cabeça e abriu o placar. Cabeceou para o chão, matando o goleiro Weverton. Cinco minutos depois, um lance de craque. Driblou Luan e chutou firme no canto: 2 a 0. A Bombonera finalmente ferveu. O Palmeiras vai precisar de grandes forças para reverter na semana que vem.

FICHA TÉCNICA

BOCA JUNIORS 2 X 0 PALMEIRAS

BOCA JUNIORS – Rossi; Jara, Izquierdoz, Magallán, Olaza e Barrios, Nández, Zárate (Villa), Pérez e Pavón (Buffarini); Ábila (Benedetto). Técnico: Guillermo Barros Schelotto.

PALMEIRAS – Weverton; Mayke, Luan, Gustavo Gómez e Diogo Barbosa; Felipe Melo, Bruno Henrique (Thiago Santos) e Moisés; Dudu, Willian e Borja (Deyverson). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

GOLS – Benedetto, aos 37 e aos 42 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO – Roberto Tobar (Fifa/Chile).

CARTÕES AMARELOS – Bruno Henrique, Zárate, Olaza, Gómez, Villa.

PÚBLICO E RENDA – Não disponíveis.

LOCAL – Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina).

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