Palmeiras e Atlético Mineiro empataram por 0 a 0 neste domingo, no estádio Allianz Parque, em São Paulo, e continuam patinando no Campeonato Brasileiro. Depois de duas derrotas, o time paulista completou o terceiro jogo sem vitória e soma quatro pontos após quatro rodadas. O mineiro também está na parte de baixo da tabela de classificação, com três. O clube da casa esteve mais perto da vitória, mas perdeu um pênalti com Willian – foi o segundo desperdiçado em dois jogos. No final, vaias da torcida.
Depois de afirmar que o time titular do Palmeiras de 2017 era pior que o do ano passado e de sofrer duas derrotas no Brasileirão, Cuca decidiu mudar o time titular. A principal alteração foi a saída de Felipe Melo para a entrada da Thiago Santos. Contratado no início do ano para deixar a equipe mais cascuda para a Copa Libertadores, o volante compromete o dinamismo do meio de campo. O treinador também barrou o lateral-esquerdo Zé Roberto (o escolhido foi Egídio) e ainda testou Keno no lugar de Borja no ataque. Dudu e Jean foram desfalques por problemas físicos.
Com esta nova formação, o Palmeiras trocou, a grosso modo, a técnica pela velocidade e pela vibração. Aceso e combativo, o time alviverde conseguiu fazer uma marcação pegajosa e impediu os mineiros de colocar a bola no chão. Individualmente, a mudança mais positiva foi a entrada de Keno. Além de criar uma opção interessante de velocidade pelo lado esquerdo, o jogador de 27 anos mostrou porque foi o melhor driblador do Campeonato Paulista mesmo sendo reserva. Com habilidade, ele desmontou o eficiente esquema defensivo dos mineiros e finalizava com perigo. A jogada mais importante aconteceu logo aos 16 minutos, quando Keno finalizou no travessão depois de uma jogada bem tramada, com a bola de pé em pé.
Sempre melhor, o Palmeiras teve a sua grande chance no final do primeiro tempo. O árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti, indicando empurrão de Fred no zagueiro Edu Dracena. Na cobrança, Willian bateu e o goleiro Victor defendeu. Foi o segundo pênalti que Victor defendeu de Willian – o primeiro havia sido em 2015, no clássico mineiro, quando o palmeirense atuava pelo Cruzeiro.
O jogo teve um destaque negativo. Times com elencos tão valiosos e com tantos recursos técnicos não podem dar tantos chutões. Os dois abusaram da ligação direta e “pulavam” o meio para chegar ao ataque. Ao menor de sinal de pressão, os zagueiros esticavam o chute longo. Os dois times estão errando passes em momentos importantes para o prosseguimento das jogadas. Isso faz a bola não chegar tanto quanto deveria aos ataques, apesar de boas chances criadas de ambos os lados.
No início do segundo tempo, o Palmeiras voltou ainda mais vibrante. Keno, o melhor jogador da partida, pedalou e cruzou, mas a zaga tirou a finalização de Borja. O Atlético Mineiro tentou voltar ao jogo trocando o seu ataque (Robinho e Fred), que foi inoperante em toda a partida. Entraram Valdívia, que fez a sua estreia, e Rafael Moura. O time alvinegro conseguiu ficar mais com a bola e teve seu melhor momento no jogo. Aos 42 minutos, Maicosuel, substituto do meia venezuelano Otero, quase marcou.
O Palmeiras também perdeu parte de seu ímpeto quando teve de substituir Keno, exausto, por Michel Bastos. A velocidade deu lugar ao toque cadenciado, mas o time deixou de ser contundente e foi vaiado no final da partida.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 x 0 ATLÉTICO-MG
PALMEIRAS – Fernando Prass; Mayke, Mina, Edu Dracena e Egídio; Thiago Santos, Tchê Tchê e Guerra; Róger Guedes (Borja), Keno (Michel Bastos) e Willian (Eric). Técnico: Cuca.
ATLÉTICO-MG – Victor; Alex Silva, Felipe Santana, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca, Yago, Otero (Maicosuel) e Cazares; Robinho (Valdívia) e Fred (Rafael Moura). Técnico: Roger Machado.
CARTÕES AMARELOS – Thiago Santos e Michel Bastos (Palmeiras); Robinho, Victor e Yago (Atlético-MG).
ÁRBITRO – Marcelo de Lima Henrique (RJ).
RENDA – R$ 2.118.118,74.
PÚBLICO – 34.240 pagantes.
LOCAL – Estádio Allianz Parque, em São Paulo (SP).