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Pandemia adiou atualização metodológica de pesquisas mensais, diz IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira, 3, que a pandemia de covid-19 atrapalhou os trabalhos de atualização das pesquisas econômicas conjunturais que apuram o desempenho da indústria, serviços e comércio no País. Parte do projeto demandava atuação presencial dos trabalhadores, o que foi adiado para o biênio 2022 e 2023, divulgou o instituto em três notas técnicas assinadas pela Diretoria de Pesquisas.

O órgão estatístico prevê agora que a disseminação dos novos indicadores conjunturais atualizados ocorra no primeiro semestre de 2023. As atualizações nas pesquisas têm perspectiva de permitir uma integração mais coesa das informações ao Sistema de Contas Nacionais, que calcula o Produto Interno Bruto (PIB) do País.

"Em função dos efeitos causados pela pandemia da covid-19, o planejamento do projeto de atualização da pesquisa passou por revisões em 2020 e 2021. Houve alteração em algumas metas e prazos, principalmente aquelas que dependiam de uma primeira abordagem presencial dos novos informantes das pesquisas, do desenvolvimento dos sistemas de produção das pesquisas, além de quaisquer atividades de trabalho que exigissem a realização de eventos presenciais", justificou o IBGE.

Todas as três pesquisas passarão por atualizações da amostra de empresas informantes, das estruturas de ponderação e do cálculo do ano-base de referência, considerando as estatísticas estruturais mais recentes.

O IBGE pretende realizar a coleta de informações nas empresas integrantes das novas amostras ao longo de 2022. Também estão previstos o desenvolvimento evolutivo dos sistemas de cálculo, coleta-web e centralizado das pesquisas; atualização das correspondências dos deflatores utilizados; encadeamento das séries temporais; e atualização da modelagem dos fatores do ajuste sazonal das séries temporais, quando necessária.

A última atualização da amostra das empresas e estrutura de ponderação da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) ocorreu em 2017. Em 2019, o órgão deu início a um novo trabalho de atualização, ampliação da cobertura e detalhamento setorial da pesquisa.

"A atualização das amostras tornou-se premente em função dos acontecimentos observados na economia brasileira a partir de 2015, em especial, o maior destaque das empresas atacadistas de produtos alimentícios", justificou o IBGE, em nota técnica.

Após a atualização, a PMC incluirá empresas classificadas como "Comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo".

A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) também teve sua última atualização de amostra das empresas e estrutura de ponderação em 2017.

"Nos anos subsequentes à atualização, foram identificadas as principais necessidades por novas informações decorrentes de mudanças na economia e defasagem das bases amostrais. Sendo assim, iniciou-se, em 2019, o programa de trabalho que visava a atualização, ampliação da cobertura e detalhamento setorial destas pesquisas", justificou o órgão estatístico, acrescentando a necessidade de englobar melhor "o surgimento de empresas novas na economia digital como as empresas de serviços de aplicativos de transporte e alimentação".

O instituto prevê ainda ampliar o detalhamento setorial das atividades nas divulgações da PMS.

Já a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) teve sua última atualização da amostra das empresas e estrutura de ponderação realizada em 2014. O trabalho de atualização e ampliação da cobertura da pesquisa começou em 2020, com objetivo de revisar a cesta de produtos investigados, a estrutura de ponderação e a ampliação da cobertura regional da pesquisa.

A PIM-PF passará ainda por uma ampliação da cobertura regional, considerando os Estados do Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio Grande do Norte, além de atualizar os segmentos industriais investigados nas Unidades da Federação já pesquisadas.

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