Estadão

Papa Francisco celebra missa de Páscoa e condena obstáculos para a paz mundial

O papa Francisco condenou neste domingo, 9, os muitos "obstáculos" para a paz mundial e pediu que a comunidade internacional trabalhe "pelo fim do conflito" durante sua mensagem de Páscoa. Segundo o Vaticano, cerca de 100 mil pessoas se reuniram nas proximidades da Praça de São Pedro para receber a bênção Urbi et Orbi do pontífice após a missa.

"Neste dia, confiamos a ti, Senhor, a cidade de Jerusalém, primeira testemunha da tua ressurreição. Expresso a minha profunda preocupação pelos ataques dos últimos dias, que ameaçam o desejado clima de confiança e respeito recíproco, necessário para retomar o diálogo entre israelenses e palestinos, para que a paz reine na Cidade Santa e em toda a região", disse Francisco.

Além de condenar a nova espiral de violência no Oriente Médio, Francisco também fez um novo apelo pela paz na Ucrânia, pedindo "luz" sobre o povo russo e rogando à comunidade internacional que trabalhe "pelo fim do conflito". "Ajude o amado povo ucraniano no caminho até a paz e infunda a luz da Páscoa sobre o povo russo. Conforte os feridos e aqueles que perderam seus entes queridos na guerra e permita que os prisioneiros possam voltar sãos e salvos para suas famílias", disse.

"Abra os corações de toda a comunidade internacional para trabalhar pelo fim desta guerra e de todos os conflitos que mancham o mundo de sangue", declarou Francisco. As declarações do Papa foram pronunciadas após a violenta intervenção da polícia israelense na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, na última quarta-feira, 5.

O pontífice pediu à comunidade internacional para "acabar com esta guerra e todos os conflitos que ensanguentam o mundo". Francisco citou quase 20 países, incluindo Síria e Turquia, que em fevereiro sofreram terremotos devastadores que mataram mais de 56.000 pessoas.

O papa também mencionou o Haiti, que "está sofrendo há vários anos uma grave crise sociopolítica e humanitária" e reconheceu os esforços da comunidade internacional para buscar uma solução aos "problemas que afligem esta população". Além disso, ele citou a Nicarágua no momento em que enviou uma mensagem às "comunidades cristãs" que celebram a Páscoa "em circunstâncias particulares" e recordou "aqueles que estão impedidos de professar livre e publicamente sua fé".

<b>Saúde</b>

Utilizando uma cadeira de rodas para seus deslocamentos devido às dores em um joelho, Francisco percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel durante esta manhã. Na noite anterior, ele comandou durante duas horas e meia a missa da Vigília Pascal na Basílica de São Pedro, na presença de quase 8 mil pessoas.

Aos 86 anos, o papa foi internado no Hospital Agostino Gemelli, em Roma, no dia 29 de março, com quadro de infecção respiratória e recebeu tratamento antibiótico para bronquite infecciosa. Recebeu alta três dias depois, a tempo de, no dia 2, celebrar a missa de Domingo de Ramo, na Praça São Pedro, dando início às celebrações da Semana Santa.

Pela primeira vez, no entanto, o pontífice faltou à tradicional procissão da Sexta-Feira Santa no Coliseu de Roma, devido às baixas temperaturas fora de época registradas na capital italiana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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