O Papa Francisco defendeu neste domingo, 5, que as autoridades búlgaras “não fechem seus olhos, corações e mãos” aos imigrantes. A declaração foi feita em discurso no pátio do palácio presidencial na capital, Sofia, após conversas com o presidente bulgáro Rumen Radev.
Francisco lançou o apelo a um país que desenvolve uma política dura de migração: a construção de uma cerca de metal de mais de 270 quilômetros em sua fronteira com a Turquia. O objetivo é impedir a entrada de sírios, afegãos e iraquianos que fogem da guerra. O papa afirmou que, 30 anós após o fim do regime soviético “limitando liberdade e iniciativas”, a Bulgária deveria enfrentar as consequências da migração -mais de dois milhões de búlgaros deixaram o país nos últimos anos. Ele reconheceu que o país tem se esforçado para manter a juventude do país, mas pediu mais iniciativas para desenvolver “condições que lhes permitam levar uma vida digna”.
De acordo com a organização Caritas, em 2018, aproximadamente 2.500 pessoas procuraram asilo na Bulgária, das quais apenas 712 receberam proteção internacional. O governo búlgaro se recusou no ano passado a assinar o Pacto de Migração das Nações Unidas, que Francisco sempre promoveu.
União. No discurso, Papa Francisco ainda cumprimentou ortodoxos e líderes de outras crenças, afirmando que toda religão “é convocada para promover a hamornia” e deve advogar pelo estabelecimento de “conexões vitais entre civilizações e tradições, rejeitando toda a violência e coerção”.