A percepção dos economistas do mercado sobre a política fiscal piorou na passagem de maio para abril. Segundo o mais recente Questionário Pré-Copom (QPC), divulgado nesta quarta-feira, 26, pelo Banco Central, 78% dos 111 respondentes viam uma deterioração da situação fiscal. Só 2% viam melhora, enquanto 20% consideravam que não houve mudanças.
A mediana das projeções dos analistas indicava um déficit primário de R$ 82,5 bilhões este ano, com aumento da dívida bruta do governo geral (DBGG) a 77,3% do PIB. No questionário anterior, de maio, as estimativas sugeriam déficit primário de R$ 76,3 bilhões e dívida no mesmo nível.
Em 2025, a mediana do QPC indica déficit primário de R$ 94,1 bilhões e aumento da dívida bruta a 80% do PIB.
Conforme as estimativas intermediárias, os economistas incorporaram aos seus cenários uma receita extra de R$ 85,5 bilhões com as medidas econômicas para recompor a arrecadação em 2024. Em 2025, o montante incorporado aos cenários é de R$ 50 bilhões.
<b>Copom</b>
Um em cada cinco economistas que participaram do QPC acreditava que o Comitê de Política Monetária (Copom) deveria reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual na mais recente reunião, da semana passada. Ao todo, foram 24 de 120.
Em contraste, uma proporção menor – 17 de 122, ou 14% – achava que o BC efetivamente diminuiria os juros.
O Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,5% e comunicar a "interrupção" do ciclo de afrouxamento monetário.
Os dados do QPC foram coletados antes da decisão. Eles mostram que é majoritária no mercado a expectativa de que o comitê mantenha a Selic no mesmo nível até setembro, o horizonte para o qual foram pedidas respostas.