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Para a formação da cidade

Governar é estabelecer prioridades. Guarulhos possui muitas demandas importantes. Nosso orçamento municipal de R$ 2,5 bilhões, apesar de ter crescido muito nos últimos 10 anos, é insuficiente para atender a todas as ações em infraestrutura e na área social.


Em diversas secretarias vemos a saída de técnicos de carreira. Após dedicarem anos para o crescimento da cidade, deixam a prefeitura para atuarem em outros órgãos públicos ou na iniciativa privada. Tal fato ocorre porque na administração municipal já não estão recebendo recursos financeiros suficientes para manterem a qualidade de vida e o conforto que desejam para suas famílias. Mesmo assim, reajusta-se em 6,3% os salários dos servidores e várias categorias manifestam-se descontentes.


A cidade tem dependido de recursos do governo federal para obras de infraestrutura, como estações tratamento de esgoto, novas unidades habitacionais, Terminal Rodoviário, urbanização de favelas, entre outras.


Mas, para refletir como o dinheiro público é gasto, vejamos o caso da 2ª edição do Salão do Livro. O evento, bem organizado no Parque Cecap, com ótima estrutura para os visitantes e expositores, e para os grandes escritores que vieram enriquecer o incentivo a leitura dos jovens. Um verdadeiro sucesso que contou com a visita de mais de 200 mil pessoas em dez dias!


Porém, o custo não foi pequeno. Guarulhos investiu mais de R$ 5,4 milhões, sendo que R$ 1 milhão destinou-se a incentivar a compra de livros pelos professores e alunos da rede municipal. O valor equivale a 5 mil computadores ou o custo de um dos terminais de integração do Bilhete Único


Este alto custo apenas reforça que Guarulhos precisa de um local adequado para grandes eventos. É preciso investir em uma área para a realização de exposições, que permita priorizar ações culturais com um custo muitas vezes menor.


Uma diretriz do PAC 2 diz: “Um país que se quer grande não se limita a cuidar apenas do presente. É preciso planejar o futuro e criar as bases para que o Brasil supere novos desafios e siga crescendo”.


Uma cidade que é grande e deseja continuar aproveitando esta condição, também não pode se limitar ao presente. Tem de pensar o futuro! Não é fácil porque passa por avaliar cada investimento e cada despesa. É rever cada contrato, não só em relação aos seus custos, mas se o produto ou serviço é realmente necessário e interessa à nossa cidade. Pensar no futuro é eliminar os cargos inúteis, para priorizar os bons servidores públicos. É mexer nos acertos políticos, acabando com os acordos inúteis e fortalecendo as competências. Governar é estabelecer prioridades. Governantes que assim o fazem contribuem para a formação da cidade do futuro!


 


Wilson Lourenço


Vice-Presidente da RA-3 da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp)

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