Advogado de defesa do ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha, Daniel Gerber, foi na mesma linha da defesa do presidente Michel Temer e disse nesta terça-feira, 10, que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) visa criminalizar a atividade política. Em discurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ele afirmou que a peça acusatória é um ato político e pediu que parlamentares reajam contra o sistema de delações premiadas vigente no País.
“Com todo respeito ao Ministério Público, nessa denúncia temos um ato político, um manifesto político, nada mais”, declarou Gerber. “Está na hora de o poder Legislativo se erguer contra esse sistema de delações que hoje está sendo feito no Brasil. Não é contra a lei, contra o instituto, contra a Lava Jato. É contra o sistema”, acrescentou, ressaltando que os próprios parlamentares estão sendo vítimas dos “excessos” desse sistema.
Gerber pediu a rejeição da denúncia contra seu cliente, sob o argumento de que ela é atípica e inepta. Ele ressaltou que o ministro-chefe da Casa Civil não foi sequer citado em nenhuma operação da Polícia Federal, até agora. Ele afirmou que, se a denúncia for aceita, acabará em “pizza”. Não por culpa dos advogados, de ministros do Supremo Tribunal Federal e dos deputados que a julgarão. “É culpa dessa acusação mal formulada”, disse.