O alto representante da União Europeia (UE), Josep Borrell, criticou o referendo constitucional realizado no domingo em Belarus. Convocado pelo presidente do país, Alexander Lukashenko, o referendo consiste em um conjunto de emendas constitucionais que lhe permitiriam permanecer no poder até 2035, além de eliminar o status neutro da Belarus, na frente nuclear inclusive, abrindo caminho para uma cooperação militar mais forte com a Rússia.
Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, Borrell afirma que o regime bielorruso faz o referendo em um "contexto de amplas violações dos direitos humanos e da sua brutal repressão contra todos os segmentos da sociedade bielorrussa".
O diplomata ainda avalia que o espaço para um "debate público genuíno está completamente fechado" e há "uso generalizado de desinformação deliberada", além de cidadãos bielorrussos forçados ao exílio. "Estas não são as condições para um processo democrático de revisão constitucional. Além disso, vimos fraudes maciças durante as últimas eleições presidenciais e nada aponta para melhorias no sistema eleitoral", acrescenta.
No Twitter, Borrel reforçou que o referendo constitucional do domingo foi "orquestrado por Lukashenko para obter ferramentas adicionais para consolidar ainda mais seu poder".
Ainda, a supressão da referência no artigo 18º ao estatuto não nuclear da Belarus foi destacada como "muito preocupante".
No comunicado, a UE reiterou condenar "veementemente" o envolvimento da Belarus na agressão em curso contra a Ucrânia. "Teremos como alvo aqueles na Belarus que colaboram com a agressão militar russa contra a Ucrânia."
<i>*Com informações da Associated Press</i>