O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 25, que o melhor caminho para o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) seria a autonomia própria. "Com um presidente escolhido pelo executivo, sabatinado pelo Senado e que atravessa o mandato de um presidente para o outro, além de diretores que também revezam. Isso dá institucionalidade e blinda o Coaf", disse em entrevista à <i>GloboNews</i>.
De acordo com Campos Neto, essa era a ideia do BC quando o órgão entrou sob o seu guarda-chuva, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. "Em algum momento ele sairia do BC e passaria a ter autonomia própria."
A curto prazo, porém, o presidente do BC considera que o órgão está blindado dentro da autarquia. Campos Neto acrescentou que o nível de ruído do órgão diminuiu muito nos últimos anos.
No início da gestão de Bolsonaro, o Coaf foi transferido do então Ministério da Economia para o Ministério da Justiça, liderado à época pelo atual senador e ex-juíz Sérgio Moro.
O órgão depois voltou ao comando de Paulo Guedes, ministro da Economia na época, e em seguida foi para o Banco Central.
No começo do governo Lula, o Coaf voltou a fazer parte do Ministério da Fazenda, mas, após ser excluído da MP dos ministérios, deve retornar ao BC.
Ainda em fala à <i>GloboNews</i>, Campos Neto defendeu que o Coaf não deveria ser fonte de atrito institucional. "Ele é muito técnico. É quase uma máquina de processamento de dados que elabora relatórios baseados em pedidos."