Os 6 milhões de habitantes de Serra Leoa receberam ordens para permanecer em casa por três dias a partir desta sexta-feira, num último esforço do país para se livrar do ebola.
Como aconteceu durante uma operação semelhante no ano passado, milhares de grupos irão lembrar às pessoas como a doença se espalha e como preveni-la. Em regiões nas proximidades da capital e no norte, onde ainda existem surtos, os grupos também procurarão por casos de ebola.
As ruas estavam praticamente vazias nesta manhã, com exceção das patrulhas policiais e soldados que também que coordenam postos de verificação para garantir que apenas pessoas com autorização, como integrantes de equipes de saúde e jornalistas, estejam nas ruas.
O ebola infectou cerca de 12 mil pessoas em Serra Leoa, mais de em qualquer outro país, e recorreu a algumas das medidas mais extremas para conter a doença.
Embora nas últimas semanas tenha havido uma redução acentuada de novas infecções, 33 novos casos foram confirmados na última semana em Serra Leoa, segundo a Organização Mundial da Saúde. Ainda assim, o surto é mais preocupante na Guiné, onde a doença se espalha por causa de casos não revelados. No momento, a Libéria tem apenas um paciente em tratamento.
O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, prometeu fazer “o que for preciso” para zerar o número de casos.
A partir das 6h desta sexta-feira (3h em Brasília), os cidadãos de Serra Leoa receberam ordens para permanecer em casa até a noite de domingo. Mercados, lojas, restaurantes e bares devem permanecer fechados. Os muçulmanos terão autorização para participar das orações de sexta-feira e os cristãos poderão ir aos serviços religiosos de domingo, o início da semana santa, antes da Páscoa.
“Entendemos que o povo está cansado e quer voltar para sua vida normal, mas ainda não chegamos lá. São os metros finais da corrida”, disse Roeland Monasch, do of Unicef, fundo da Organização das Nações Unidas para a Infância. Fonte: Associated Press.