Dirigentes do PT avaliam que a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira, 27, deixa claro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o alvo das investigações.
Segundo estes dirigentes, as declarações de procuradores e outros responsáveis pelas investigações de que Lula não é investigado não passam de jogo de cena para disfarçar a “caçada” ao ex-presidente.
Eles exemplificam a tese lembrando que, além da Lava Jato, investigações da Operação Zelotes e do Ministério Público Estadual de São Paulo também têm resvalado no petista.
De acordo com um dirigente nacional da legenda, Lula está sendo “perseguido de tudo quanto é lado, uma hora é o filho, outra hora a mulher, na outra a empresa de palestras (Lils) ou o Instituto (Lula)”.
O Instituto Lula não comentou a operação. Diretores da entidade também se negaram a falar. O presidente do Instituto, Paulo Okamotto, pediu que perguntas fossem encaminhadas por e-mail. As questões, no entanto, não foram respondidas.
No final da tarde, Lula recebeu uma série de visitas.
Previdência
Pela manhã, Lula participou de uma reunião com dirigentes petistas, sindicalistas e o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas para discutir a reforma da Previdência proposta pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa. Os participantes concordaram que a Previdência deve ser um fator de discussões permanentes, devido às constantes mudanças demográficas e econômicas que têm alto impacto nos gastos públicos, mas também criticaram o momento escolhido pelo governo para anunciar a reforma.
Segundo participantes da reunião, se a presidente Dilma Rousseff levar a reforma como única pauta para a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que será reativado nesta quinta-feira, 28, certamente terá que enfrentar uma repercussão “muito negativa” pois “a única pauta que interessa hoje é a retomada do crescimento”.
Após a reunião, Lula recebeu o indiano Kailash Satyarthi, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2014. Ele foi convidar o petista para participar de um conselho formado por ex-vencedores do Nobel e líderes mundiais para garantir direitos das crianças e a erradicação do trabalho infantil. “Esta voz moral está incompleta sem o senhor”, disse o indiano, segundo o Instituto Lula.