O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o hiato do produto mais apertado e a atividade econômica aquecida sugerem que o processo de desinflação será mais custoso no Brasil.
"Economia aquecida e hiato apertado sugerem desinflação mais lenta ou custosa. E um câmbio elevado também sugere desinflação mais lenta ou custosa", disse em evento organizado por alunos da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
O diretor do BC também afirmou que o mercado de trabalho está aquecido, mas que o banco não enxerga um link evidente com os preços da economia, ou seja, o movimento da inflação. Ele observou que os economistas vêm sendo surpreendidos recorrentemente com o crescimento da economia.
<b>Meta</b>
O diretor de política monetária do BC reiterou o compromisso da autarquia em fazer com que a inflação convirja para o centro da meta, de 3%. Ele disse que o intervalo de tolerância do sistema, de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo, serve para absorver choques, mas não exime o BC de buscar o alvo.
"Não há qualquer tipo de tergiversação sobre a questão do que é a meta. A meta é 3%. Se foi essa a meta que o poder democraticamente eleito estabeleceu, é essa a meta que o Banco Central tem de cumprir, e a taxa de juros tem de estar em um patamar restritivo o suficiente para alcançá-la", disse Galípolo.
Ele acrescentou que a banda de tolerância não serve para reduzir o esforço necessário para levar a inflação ao centro da meta. "A banda é para absorver eventuais choques extraordinários, passageiros", afirmou, citando, por exemplo, tragédias climáticas.