O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 1º de março, que o nível dos juros é o principal problema econômico do País, em uma realidade onde já vigoram dificuldades de crédito e de alavancagem de atividades econômicas. O nível da Selic, de acordo com ele, é reflexo da herança deixada pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O Banco Central não chegou à taxa de juro que chegou no atual governo. A taxa de juro a 13,75% é reflexo do governo Bolsonaro", disse Haddad, ao citar que o próprio Comitê de Política Monetária (Copom) explicita, por meio das atas, que as medidas do ex-chefe do Executivo foram populistas.
Segundo o ministro, Bolsonaro perdeu eleição e deixou o País com um rombo orçamentário e com as maiores taxas de juros do mundo.
<b>Guedes</b>
Haddad afirmou também que as frases ditas pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes eram simpáticas ao mercado, mas não formaram uma reputação por envolverem promessas inexequíveis. De acordo com o ministro da Fazenda, é melhor ser comedido e falar aquilo que é possível de ser realizado.
Haddad citou, por exemplo, o estabelecimento da meta de inflação em 3%. "No lugar do Guedes, não teria fixado meta de inflação de 3,0% pela mesma razão que eu não fixaria o teto de gastos, porque você não vai cumprir", avaliou durante entrevista ao UOL.
De acordo com o ministro, a história vai registrar tudo que Guedes falou e não cumpriu. Haddad citou, por exemplo, a promessa de obter superávit no primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de arrecadar R$ 1 trilhão com vendas de estatais.