Estadão

Para IBGE, IPCA de novembro mostra pressões sazonais

A inflação de novembro mostra pressões sazonais, mas foi contida de forma significativa pela queda no preço da gasolina, com contribuição também das promoções da Black Friday, avaliou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,28% em novembro, menor resultado para o mês desde 2018.

A pressão sobre a inflação da alta de 19,12% na passagem aérea, com impacto de 0,14 ponto porcentual, foi parcialmente compensada pelo alívio advindo da queda de 1,69% no preço da gasolina, -0,09 ponto porcentual.

"O resultado de novembro foi bastante influenciado por essa queda na gasolina", avaliou Almeida. "Lembrando que em 21 de outubro houve redução de 4,09% no preço da gasolina (pela Petrobras) para os distribuidores."

Outras quedas de preços relevantes foram percebidas nos perfumes, aparelho telefônico, equipamentos eletroeletrônicos e de informática, televisores e itens de vestuário.

Segundo o pesquisador, foram percebidas no IPCA do mês as promoções aplicadas no período de campanha da Black Friday, resultando em impacto na inflação – "e por isso ajudaram a segurar o índice de novembro".

"Essas quedas podem estar relacionadas com promoções praticadas pré-Black Friday, durante a Black Friday e até pós-Black Friday", disse Almeida. "A gente observou quedas nos preços de diversos produtos, desde perfumes, itens de higiene pessoal, aparelhos telefônicos, televisores, roupas também, roupa masculina, roupa feminina, itens de vestuário", listou.

Na direção oposta, houve pressão dos avanços nos preços das passagens aéreas e de outros itens relacionados ao turismo, como pacotes turísticos.

"Agora mais para o fim do ano existem subitens sazonais, que são mais demandados nessa época", disse Almeida. "Podem estar relacionados a esse movimento de demanda, típico dessa época do ano."

Os alimentos também mostraram aumentos de preços em novembro; porém, reduções anteriores nos itens alimentícios contribuíram para deter o IPCA no ano.

"A inflação no segundo semestre deste ano tem estado num patamar inferior à do segundo semestre do ano passado e do primeiro semestre deste ano", frisou Almeida. "O que a gente notou foram quatro deflações consecutivas no grupo de alimentos, o que contribuiu para esse resultado."

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