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Para Levy, Caixa tem grande trabalho como agente de políticas públicas

O papel da Caixa Econômica Federal como principal articulador financeiro das políticas públicas do governo foi destacado nesta segunda-feira, 23, pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante a posse da nova presidente da instituição, a ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. “Esse aspecto tão único da Caixa, de executor de políticas públicas, vai ser cada vez mais importante”, disse.

Levy destacou a adoção de “critérios de performance” pelo banco estatal nos últimos anos e afirmou que os mecanismos de eficiência “vão estar sendo observados e cada vez mais desenvolvidos” e “acompanhados” para “cumprir o papel” destinado à Caixa na estrutura do governo federal.

O titular da Fazenda destacou a necessidade de a Caixa continuar como um banco “que cresce, que dá resultado” e da importância de atuar para atender seus clientes, sejam eles o governo ou o consumidor. “Essa disposição de estar atendendo o cliente, de prestar novos serviços, é o que faz o sucesso de uma instituição, principalmente de uma instituição financeira”, observou. “A Caixa é aquela empresa que está lá na ponta”, disse. “Tem um papel absolutamente ímpar.”

Ele afirmou que a parceria do banco com o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional “vai continuar”, mas destacou que “estamos num momento de ajuste para continuar o sonho de o Brasil continuar melhorando”. “Tenho uma tremenda confiança no Brasil e acredito que vamos conseguir fazer todas as ações necessárias para recuperar a confiança (na economia)”, afirmou.

Em meio a certo momento de sua fala, Levy brincou que a Caixa foi “criada num período de consolidação fiscal” na época do Império, sinalizando que o banco mantém esse perfil nos tempos atuais. Ele destacou que o ajuste econômico em execução pela Fazenda será cumprido “para recuperar a força fiscal” do País.

Ajuste fiscal

A gestão de Miriam Belchior à frente da Caixa deve ser marcada por uma forte pressão do Ministério da Fazenda por eficiência e resultados. Durante a posse da nova presidente, o ministro Levy, em seu discurso, fez questão de frisar que, apesar de instrumento de políticas públicas, a Caixa é um banco e deve seguir indicadores de desempenho. Ele ainda deixou claro que o ajuste fiscal vai pesar sobre a instituição. “A gente vai estar sempre atento para que a Caixa tenha aquela solidez que todos nós queremos que ela tenha, cada vez mais para continuar (mais) 150 anos”, afirmou.

A Caixa, desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem financiado uma série de programas com crédito subsidiado – taxas de juros abaixo da inflação ou da taxa de captação. O custo dessas operações, sobretudo nos últimos quatro anos, onerou os cofres do Tesouro Nacional, que, em última instância, arcou com esse diferencial de juros. Levy chegou à Fazenda para corrigir os excessos e a Caixa está na mira do ministro.

Durante seu discurso, o ministro brincou que a Caixa foi “criada num período de consolidação fiscal há 150 anos”, na época do Império, sinalizando que o banco mantém esse perfil. “A Caixa foi criada num período de consolidação fiscal, é importante lembrar isso, há 150 anos”, disse, tirando risos da plateia, incluindo representantes de movimentos sociais que protestavam contra a possível abertura de capital do banco.

Ele também destacou o ajuste econômico em execução pela Fazenda como uma ação “para recuperar a força fiscal” do País. “A Caixa vai sobreviver a outros (períodos de consolidação fiscal) e vai fazer o trabalho importante de hoje. Tem momentos mais (fáceis) e momentos (mais difíceis) que a gente tem de concentrar em preservar o que a gente tem. Eu acho que vamos ter sucesso nessa fase também”, afirmou. No fim de sua fala, o ministro destacou o quadro técnico de qualidade do banco e desejou à nova presidente “muito sucesso e muito resultado”.

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