O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) aponta que o déficit de 149 mil moradias populares em Guarulhos, número que teria sido apresentado pela Secretaria Municipal de Habitação, está subestimado. O grupo já realizou duas ocupações na cidade em 2017 e garante que o número de pessoas que procuram pelo por abrigo demonstra a crise do município. No entanto, nas invasões realizadas há pessoas que vêm de outras cidades para Guarulhos. No programa Profissão Reporter, exigido pela TV Globo na noite desta quarta-feira, uma moradora de rua que vive no Centro de São Paulo disse que estava aguardando um transporte para se mudar para uma dessas ocupações em Guarulhos.
Em uma outra ocupação a uma área pública, realizada no início do ano, diversos ônibus e veículos de outros municipios foram vistos no local. Algumas pessoas que estavam na ocupação, na ocasião, confirmaram ao GuarulhosWeb, que foram trazidas de diferentes cidades da região metropolitana para Guarulhos.
Atualmente o MST ocupa áreas no Jardim Centenário e no bairro Hugo Chaves, nas regiões do Pimentas. A maior possui 8.100 famílias e uma lista de espera que ultrapassa 3 mil pessoas, segundo os líderes do movimento informaram ao GuarulhosWeb, que foi ao local nesta quarta-feira.
Segundo o coordenador estadual do MTST, Zelido Barbosa Lima, o crescimento da lista de espera demonstra que os números apresentados pela prefeitura não estariam de acordo com a demanda do município. “A questão da moradia popular só será resolvido a partir da boa vontade do Governo do Estado e da Prefeitura que podem fazer uma parceria”, explicou.
Os ocupantes estiveram na semana passada na sede da Secretaria de Habitação, onde participaram de uma reunião com representantes da Caixa Econômica Federal, para reivindicar que o terreno de 44 mil metros quadrados, seja incluído no projeto “Minha Casa, Minha Vida – Entidades”.
O projeto seria viabilizado a partir da Associação Novo Milênio, que receberia o valor viabilizado pela Caixa e apresentaria ao movimento três opções de construtoras, que ofereçam as especificações necessárias para os moradores. Após a avaliação e o acordo, o conjunto habitacional poderia ser construído para atender aos interesses do MTST.
A Caixa Econômica Federal informou que “recebeu as famílias e vai encaminhar os assuntos abordados na reunião ao Ministério das Cidades, gestor do Programa Minha Casa Minha Vida.