Presidente do Solidariedade, primeiro partido a defender abertamente o impeachment da presidente Dilma Rousseff, e da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, disse em uma plenária da central que mesmo em caso de afastamento da petista, o governo que a suceder aplicaria as mesmas medidas de ajuste fiscal contrárias aos interesses dos trabalhadores.
Segundo Paulinho, que na sessão dessa terça-feira, 2, da Câmara exibiu para Dilma faixa com a frase “o Brasil não aguenta mais você, caia fora”, o Congresso só espera a queda da presidente para aprovar a volta da CPMF, alvo de vaias da oposição durante o discurso da petista ontem.
“Se mudar o governo não tenha dúvida, as reformas são as mesmas, é reforma da Previdência, é aumento de imposto, tudo aquilo que nós estamos falando que não aceitamos desse (governo). Porque para sair dessa situação o outro vai fazer o quê? Por que a CPMF está parada na Comissão de Constituição e Justiça? Porque estão esperando a Dilma cair pra aprovar. Ou você acha que eu sou besta?”, disse o parlamentar em plenária da Força Sindical realizada no dia 12 de janeiro, em São Paulo.
O discurso de Paulinho tinha como objetivo derrubar resistências ao seu retorno à presidência da central sindical, da qual estava licenciado. Desde que o deputado reassumiu seu posto sindical, dirigentes da Força ligados a outros partidos temem que Paulinho instrumentalize a central conforme os interesses do Solidariedade e, com isso, deixe em segundo plano a defesa dos trabalhadores.
“Sou hoje uma das principais personalidades do impeachment da Dilma. Se vai mudar o governo eu também sei o que vem depois”, disse o deputado na plenária sindical.
Nesta quinta-feira, 4, no entanto, o Solidariedade, partido presidido por Paulinho, defenderá o impeachment de Dilma em seu programa de TV. A inserção terá duração de 10 minutos, tempo ao qual o partido tem direito.
No programa, Paulinho e outros nove deputados da legenda enumeram seus argumentos para o afastamento da presidente: falta de credibilidade da economia, pedaladas fiscais, a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, mentiras da campanha eleitoral e crise econômica.
Segundo a peça publicitária, o Solidariedade foi criado dois anos atrás “para atender interesses dos trabalhadores e aposentados” e foi “o primeiro partido a defender o impeachment da Dilma”.