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Para pilotos, Hamilton tem potencial para superar recordes de Schumacher

O caminho está livre para Lewis Hamilton alcançar e até superar as marcas históricas de Michael Schumacher na Fórmula 1. Ao menos esta é a avaliação de pilotos ouvidos pelo Estado. Na avaliação deles, as circunstâncias favorecem a hegemonia do inglês em busca dos números. Com a conquista do pentacampeonato, no México, o inglês pode igualar os sete títulos do alemão em 2020, exatamente a duração atual do seu contrato com a Mercedes.

Nestes dois próximos anos, o equilíbrio de forças no campeonato deve sofrer poucas alterações. A Fórmula 1 prevê mudanças drásticas somente a partir de 2021. Até lá, Hamilton poderá ao menos alcançar o heptacampeonato e superar o recorde de 91 vitórias de Schumacher – o inglês tem atualmente 71. E os pódios: o alemão lidera por 155 a 132.

“O Hamilton tem potencial para qualquer coisa, sem dúvida”, opina Felipe Massa, em entrevista ao Estado. “As chances são muito grandes de ele conquistar mais dois campeonatos e alcançar o número de vitórias do Schumacher.”

O ex-piloto de F-1, aposentado da categoria no fim de 2017, lembra que o seu ex-rival já havia surpreendido ao bater o recorde de pole positions, no ano passado, ao superar justamente o alemão – Hamilton já soma 81, contra 68. “Se levar em conta que ele já tem o recorde de pole positions, que parecia algo impossível na época do Ayrton. E aí o Schumacher passou o Ayrton. E ele passou o Schumacher…”

Também ex-piloto da F-1, Luciano Burti concorda com Massa. “Se me perguntassem no ano passado se Hamilton poderia superar Schumacher, eu diria que não. Mas ele fez uma temporada muito acima da média neste ano. E, neste momento, digo que ele pode, sim, superar estas marcas”, afirmou.

Burti pondera, contudo, que as circunstâncias favorecem o britânico. “Temos que lembrar que as temporadas de F-1 atualmente têm mais corridas do que antigamente. Os carros quebram menos agora”, destacou. “Essa questão de número é até um pouco injusta se comparar com as outras épocas. Era muito diferente.”

Rubens Barrichello, questionado pela reportagem, concorda com a dificuldade de comparar momentos tão diferentes da história da categoria. “O Hamilton tem um talento inegável e tem chances, sim, de ser um dos melhores do mundo. Mas nós nunca vamos poder comparar épocas. Não dá para comparar, por exemplo, Senna com Fangio. Mas, em termos de números, Hamilton pode ser, sim, um dos melhores.”

O desafio de Hamilton, na avaliação de Lucas di Grassi, é manter o alto nível por mais tempo, algo que nem todos os pilotos conseguem. “Se é difícil chegar ao topo na Fórmula 1, se manter nele é tão difícil quanto. Veja o caso do Alonso, que parecia que ia empilhar títulos e acabou não conseguindo, apesar de ser um piloto excelente. Tudo vai depender muito das escolhas que o Hamilton vai fazer daqui para a frente. Claro, a gente tem que colocar na equação o sempre possível surgimento de novas forças, sejam pilotos ou equipes que interfiram nesse processo.”

O próprio Alonso, dono de dois títulos mundiais, já incluiu o adversário entre os cinco melhores da história. “Provavelmente meu Top 5 teria Michael Schumacher, Fangio, Senna, Prost e Lewis. Conquistar o quinto título e se igualar a Fangio é um grande feito e, se alguém tinha que conseguir isso na nossa geração, fico feliz que seja Lewis porque mostrou seu talento e comprometimento”, disse Alonso dias antes do pentacampeonato do britânico.

Até mesmo Nico Rosberg, ex-companheiro e forte rival de Hamilton entre 2013 e 2016 na Mercedes, reconheceu recentemente o potencial do inglês para eventualmente se tornar o maior da história. “Esse título poderia dar a ele o empurrão certo, a motivação para tentar igualar o recorde de sete campeonatos mundiais de Schumacher. Talvez ele possa superá-lo.”

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