Cidades

Para Sabesp, dívida de Guarulhos é de R$ 2,4 bi; Saae fala em R$ 1,4 bilhão

Tanto o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) quanto a Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo) apresentam valores diferenciados sobre a dívida que a Prefeitura de Guarulhos possui com a empresa do Governo do Estado pela aquisição de 87% da água consumida na cidade. O débito se arrasta por mais de 30 anos, conforme revelou o GuarulhosWeb em setembro do último ano. Como a cobrança se encontra na Justiça, há o risco de ocorrer sequestro de contas da Prefeitura de Guarulhos, para garantir o pagamento à estatal. 
 
Para a autarquia que gerencia o serviço de água e esgoto do município, a dívida com a Sabesp é de aproximadamente R$ 1,4 bilhão (valor atualizado em 28 de fevereiro deste ano), que foi transformado em precatórios. O Saae, por meio de sua assessoria de imprensa, esclareceu que o pagamento desta dívida é realizada conforme acordo firmado com o Tribunal de Justiça.
 
Em contrapartida, a Sabesp afirma que o valor devido pela Prefeitura é outro. De acordo com a empresa, o Governo Municipal deve a quantia de R$ 2,4 bilhões. Ela também entende que a Prefeitura deveria repassar os valor designado, porém, não revelou o percentual, das cobranças realizadas ao munícipe, fato este, que segundo a Sabesp, não ocorre.
 
Diante deste imbróglio, a Sabesp optou por realizar a cobrança desta dívida, por meio da Justiça. No entanto, a companhia afirma estar aberta a conversas com o município para encontrar uma solução para o débito. Já o diretor econômico-financeiro da Sabesp, Rui Affonso, ressaltou que as ações para realizar a cobrança estão intensificadas.
 
"A Sabesp intensificou as ações de cobranças de dívidas dos municípios permissionários. A Sabesp fornece água no atacado para o município de Guarulhos que não paga a sua conta. A população paga suas contas de água para as autarquias e essas, no entanto, não repassam a Sabesp o pagamento da água no atacado", revelou Affonso.
 
Ele aponta esta inadimplência como principal fator para redução de investimentos da empresa em ações que possam minimizar os efeitos causados pela estiagem de chuvas e consequentemente a crise hídrica, que assola todo estado de São Paulo. "Especialmente em meio a uma crise de dimensões futurológicas, a inadimplência prejudica a capacidade de investimentos e manutenção do equilíbrio da Sabesp, que são indispensáveis para fazer frente a essa crise", encerrou.
 

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