Estadão

Para Tebet, 2º turno requer atenção redobrada em função de fake news

A senadora e ex-candidata à presidência, Simone Tebet (MDB), disse que essa eleição presidencial requer atenção redobrada em função do poder de notícias falsas. Ao discursar em ato que reuniu milhares na orla do Leblon e Ipanema, na Zona Sul do Rio, Tebet voltou a dizer que tem diferenças com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que votará no petista no segundo turno por ser o único candidato da disputa que, assim como ela, "coloca as pessoas em 1º lugar". Ela convocou apoiadores a fazer o mesmo e disse que seus eleitores, sobretudo as mulheres, votaram por um "fora Bolsonaro".

"Estamos a 14 dias das eleições. Esta é uma eleição que requer atenção redobrada porque as fake news têm a capacidade de sequestrar a mente da população", afirmou.

Ao dizer que ela e Lula estão no mesmo campo, Tebet fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Mais cedo, ela já havia afirmado a jornalistas que as recentes declarações de Bolsonaro sobre refugiadas venezuelanas menores de idade foram criminosas e que o governo é artífice da corrupção por trás do orçamento secreto.

"Eu e Lula estamos juntos por um Brasil inclusivo, que seja de 220 milhões de brasileiros, estamos juntos pelas minorias, pelas mulheres nordestinas pretas, por igualdade salarial entre homens e mulheres, estamos juntos porque somos contra um governo que quer ser autocrata. Contra um governo que não conhece as mazelas do Brasil, contra um presidente insensível e imoral que tem a coragem de ir à televisão dizer que ninguém passa fome nesse País", disse ao público no Posto 8 da Praia de Ipanema.

Neste ponto, Tebet disse que tem raízes no agronegócio brasileiro, capaz de alimentar o mundo e, por isso mesmo, não pode admitir que cinco milhões de crianças durmam com fome todos os dias no Brasil.

No início de sua fala, a emedebista fez longa ode à democracia e resgatou sua participação no movimento das Diretas Já na juventude. "Nós amamos a democracia e não abrimos mão dela. É o guarda chuva que garante a cada um de nós o direito de ir às urnas e ver seu resultado respeitado", afirmou.

Por fim, ela disse que a bandeira do Brasil, amplamente usada por bolsonaristas na campanha, "não tem um dono e pertence a todo o povo brasileiro". A fala foi especialmente celebrada pelo público, que vestia branco, mas empunhava bandeiras de Lula nas cores da campanha e estilizadas com letras em azul e fundo branco.

"Este verde da bandeira vai voltar para as florestas do Brasil. O amarelo, que representa as riquezas do subsolo, vai ser compartilhado com quem mais precisa. E esse azul vai voltar a ser protetor de cada filha e cada filho desse Brasil", disse a Senadora.

Ao longo do percurso de quase cinco quilômetros, Tebet empunhou uma bandeira do Brasil de braços dados com políticos de partidos como PSD, PSB, PSDB, REDE e PCdoB. Não havia políticos do PT no ato.

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