Deputados novatos relataram que o governo vem prometendo liberar emendas parlamentares para garantir o voto no petista Arlindo Chinaglia (SP), disse nesta quinta-feira, 29, o candidato do PMDB à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ).
Cunha afirmou que o PMDB só votará o Orçamento se os novos tiverem direito às emendas impositivas. “Só acredita nisso (promessa do governo) quem não conhece a Casa”, disse o peemedebista.
Como o Orçamento de 2015 ainda não foi votado pelo Congresso, Cunha fez um acordo com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator do projeto, para incluir reserva orçamentária aos 224 deputados que não tiveram a oportunidade de encaminhar suas emendas no final do ano passado porque ainda não tinham mandato. “Queremos que todos os novos tenham direito ao orçamento impositivo”, enfatizou.
Se eleito no próximo domingo, Cunha disse que o primeiro item de sua pauta como presidente da Casa será a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo.
O peemedebista voltou a criticar a “interferência indevida” do Palácio do Planalto no processo eleitoral no Legislativo. Ele lembrou que o governo precisará de uma base aliada forte para aprovar os projetos de seu interesse. “Não é com ameaças e retaliações que você terá base para aprovar as medidas”, comentou.
Para o deputado, falta “maturidade política” ao governo para compreender que a base aliada não opera na base da “ameaça”. Como o voto é secreto, parlamentares pressionados tendem a trair, avaliou. “Quanto mais ameaça, mais os deputados ficam irritados”, disse.
Sobre a formação de blocos, Cunha disse que esse é um movimento inevitável na Câmara e que acha difícil o Planalto conseguir barrar a iniciativa dos partidos. Liderado pelo PMDB, os líderes partidários estão articulando um megabloco com PP, PR, DEM, PSC, PRB, Solidariedade, PTB e o conjunto dos nanicos chamado de G10 (PHS, PtdoB, PSL, PMN, PTN, PRTB, PSDC, PRP, PTC e PEN).