A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, repetiu a avaliação de que a conjuntura internacional se mostra menos adversa do que o verificado na reunião anterior do colegiado, no começo de novembro. Ainda assim, a instituição manteve o tom de cautela diante da volatilidade do cenário externo. Na semana passada, o BC cortou novamente a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75% ao ano.
"Os dados mais recentes, ainda que incipientes, sugerem uma moderação de crescimento e um arrefecimento das pressões inflacionárias em alguns países, especialmente na parte de bens industriais e commodities energéticas. Em função disso, para vários membros do Copom, houve um aumento da probabilidade da ocorrência de um pouso suave nos Estados Unidos", destacou o documento.
O Copom apontou que a melhora do ambiente externo tem permitido uma sinalização de inflexão de política monetária em alguns países, sem deixar de notar que outros países ainda mantiveram a estratégia de aperto monetário prolongado – que, na avaliação dos diretores do BC, tem sido fundamental para conter a inflação mundial.
"O Comitê novamente se deteve sobre as fontes e incertezas para o processo desinflacionário futuro, contrapondo a melhora no quadro inflacionário corrente aos desafios ainda existentes à frente, tais como o contexto geopolítico incerto, os mercados de trabalho aquecidos e o hiato do produto apertado em várias economias avançadas", elencou a ata.
Por isso, o Copom manteve a avaliação de que é necessário ter cautela diante da volatilidade recente e da incerteza à frente no cenário internacional. Para o colegiado, essa postura é ainda mais importante para países emergentes, como o Brasil. "O Comitê continuará acompanhando os diversos dados da economia global e seus respectivos canais de transmissão para a economia doméstica", concluiu o documento.