O governo dos Estados Unidos deve permanecer parcialmente paralisado até depois do Natal, em um impasse prolongado em torno da exigência do presidente Donald Trump por dinheiro para construir um muro na fronteira com o México.
Com a insistência do republicano de que o orçamento para o ano fiscal de 2019, em curso desde outubro, separe US$ 5 bilhões para a barreira de concreto e as negociações com o Partido Democrata no Congresso longe de um desfecho consensual, mesmo uma medida temporária para manter a máquina pública federal operando enquanto as conversas continuam parece fora de alcance até que o Senado retorne para uma sessão ordinária na próxima quinta-feira, 27.
De costa a costa nos EUA, o primeiro dia da paralisação ontem transcorreu de maneiras distintas. A Estátua da Liberdade ainda estava aberta para turistas, graças a dinheiro do Estado de Nova York, e o serviço de correios ainda entregava correspondências, por ser uma agência independente.
Mas a ruptura do financiamento afetou muitas operações de governo e as rotinas de 800 mil funcionários públicos federais. Cerca de 420 mil servidores foram considerados essenciais e deles se espera que trabalhem mesmo sem remuneração. Os 320 mil restantes seriam alvo de uma licença forçada sem remuneração. O Senado já havia aprovado uma legislação garantido que esses trabalhadores serão remunerados retroativamente, e é provável que a Câmara de Representantes dê o seu aval.
Ninguém sabe quanto tempo a paralisação vai durar. Ao contrário de outros casos de congelamento da máquina pública por falta de orçamento, este parecia não despertar urgência, por chegar durante o fim de semana prolongado após Trump já ter declarado a segunda-feira, 24, véspera de Natal, como feriado federal. Em vez de trabalhar madrugadas adentro para tentar encerrar a paralisação, como fizeram no passado, os líderes da Câmara e do Senado efetivamente fecharam a lojinha. Mas não descartaram agir se um entendimento bipartidário fosse firmado.
“Escute, qualquer coisa pode acontecer”, afirmou o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell (Kentucky) a repórteres após encerrar uma rara sessão de sábado.
Mas, depois de guiar o vice-presidente Mike Pence pelo Capitólio para mais uma rodada de negociações, o presidente republicano do Comitê de Apropriações, o senador Richard Shelby (Alabama), disse que um fim célere da paralisação “não é provável”.